Mensagem Subliminar em tudo que nos rodeia - uma pesquisa - exemplos, história, análises.
(Bárbara Alves; Maria do Céu)
INTRODUÇÃO
Neste resumo temos por
objectivo dar bases sobre a questão da percepção de estímulos subliminares, ou
seja, as mensagens não percebidas conscientemente, mas que causam efeitos no
inconsciente dos receptores. É uma questão que vem sendo pesquisada desde
Demócrito (400 a.C.), passando por Leibniz e Montaigne, entre outros
intelectuais de diversas épocas e países.
Os
meios publicitários são muito diversificados e não param de crescer, desde a
"publicidade redaccional", na qual o discurso publicitário se camufla
mais ou menos abertamente num texto do tipo "reportagem", às
estratégias subliminares, nas quais certas imagens publicitárias são
transmitidas subtilmente, abaixo do limiar de percepção consciente dos sujeitos
receptores. Estabelece-se uma simbiose estreita entre publicidade e media de massa.
O
conteúdo deste trabalho visa esclarecer: princípios básicos sobre a situação da
publicidade hoje e os conteúdos que podem vir a influenciar o comportamento da
massa popular, lançando moda ou alterando estados psicológicos; a inserção de
conteúdos subtis e propositalmente impercebíveis pelo consciente em campanhas
publicitárias, a fim de aumentar vendas ou proporcionar sucesso (campanhas
políticas); a pesquisa científica interdisciplinar que vem sendo lançada desde
o século XIX, tal como as estatísticas e o "priming"; uma breve explicação sobre a percepção do olho
humano estudada pela Gestalt; os primeiros registos subliminares entendidos
desde James Vicary e seu "Beba Coca-Cola" cinematográfico até alguns
exemplos actuais, tal como a aplicação taquicoscópica televisiva, anúncios
polémicos como os da Benetton e o chamado Pânico Pokemon de 1997; o que a
legislação portuguesa diz a respeito do tema (se é contra a lei, é contra o
cidadão e seus direitos, é além de tudo antiético pela dissimulação de
interesses comerciais). Tentamos também sintetizar a midiologia criada por
Debray, uma disciplina nova que vem a estudar os fenômenos da comunicação,
fundamental para a questão da publicidade subliminar. Tão fundamental que uma
nova vertente, a biomediologia, têm vindo a aparecer no campo das comunicações.
Cabe a nós salientar que os dados do presente
trabalho são frutos de pesquisa elaborada. Não temos condições de analisar a
veracidade dos factos aqui presente relativamente aos efeitos causados. O tema
é polêmico e contraditório em conversas de especialistas, pois o inconsciente
humano é ainda um campo que precisa ser muito explorado. Não se trata de provar
se os elementos subliminares são ou não perigosamente efectivos, mas a identificação
atenta das tendências, dos factos e da influência da propaganda nos dias
actuais.
A publicidade e a
questão subliminar
A
publicidade é uma técnica de difusão massiva, através da qual uma empresa
comercial ou quaisquer outras associações lançam uma mensagem a um determinado
grupo da sociedade, com o propósito de incitar o uso de algum serviço ou compra
de algum produto. O seu principal objectivo é convencer esse público. Para
alcançar este objectivo os publicitários costumam utilizar actualmente os
estudos realizados no campo das ciências sociais, como a psicologia, que têm
proporcionado boas fontes de conhecimento acerca das motivações que regem o
comportamento do Homem. A teoria da motivação do ponto de vista psicanalítico é
a que mais tem sido aplicada à conduta do consumo. Esta teoria considera que
uma parte muito significativa da realidade humana constitui-se pelas motivações
inconscientes e afectivas. Aceder ao inconsciente como possibilidade de dirigir
a conduta do consumidor pareceu uma ideia resultante para os publicitários. Partindo
do pressuposto de que a publicidade é movida por um motivo humano simplista e
universal: vender, vender e vender, a intenção manipuladora da propaganda, em
geral, e das relações públicas, é produzir imagens para a percepção consciente
momentânea e, logo em seguida, armazenar imagens subliminares reconhecidas,
para serem apenas experiências conscientes insignificantes.
O
tempo dedicado à televisão está a aumentar cada vez mais entre crianças, jovens
e adultos. A carga de anúncios publicitários é cada vez maior, e somos
constantemente “bombardeados” por imagens, estratégias aliciantes e apelo
sexual. De facto, os anúncios só existem porque são experimentados
sensorialmente pelos seus consumidores. Os conteúdos destinam-se geralmente às
emoções do espectador e possível consumidor, partindo do pressuposto de que o
Homem é um ser essencialmente não racional porque está vitimado ao seu próprio
inconsciente. Não tem pleno conhecimento de factores ocultos que fazem parte da
sua personalidade, os temores, desejos, fantasmas e fantasias. A “manipulação”
ou persuasão comercial é mais eficaz quando se conhece estes aspectos, tal como
um persuasor obtêm mais sucesso ao conhecer o ponto fraco do indivíduo a ser
persuadido.
A
publicidade adula, oferece satisfação aos desejos humanos, diz o que o público
quer ouvir de forma subliminar ou aberta. Citamos como exemplo o culto da
beleza como ópio para as massas femininas, a moda, o luxo, a comodidade e o
prazer, que são valores vendidos como fórmulas e por mais incrível que pareça,
actuam. As empresas fazem esse tipo de
campanha para este público-alvo querendo atingir as pessoas que querem ser como este público-alvo, não
às que pertencem a este grupo, a citar a imagem de uma mulher bem sucedida nos
anúncios de produtos de limpeza como exemplo. Esse modo de divulgação tem sido
explorado muito mais cedo do que se imagina. Em outro caso uma propaganda
política da época do Nazismo, onde numa família feliz estão todos bonitos e sorridentes, na mesa do café
da manhã. Belas crianças lourinhas, pais trabalhadores e dedicados. Pode soar
familiar, mas essa propaganda foi feita por Goebels, Ministro da Propaganda do
Hitler. Goebels fez a propaganda dos valores nazistas usando a própria família
(que mais tarde seria assassinada por ele, antes do seu suicídio).
O apelo sexual usado nas
propagandas (belas mulheres, insinuações de sexo) de cerveja, carros, etc, é
uma forma de desviar o impulso de compra do pensamento racional. Se o
consumidor pensa muito, acaba por não comprar. É o estímulo aos impulsos mais
básicos. O importante é como se consome: sem pensar! A imagem é tudo, um actor
em terno e gravata tem mais impacto que um mal vestido.
O horário pós-laboral é o
mais cobiçado, não só pela audiência ser maior, mas é a hora em que os
consumidores chegam do trabalho, estão cansados e sujeitos a aceitar ideias
“impostas”, sem accionar o espírito crítico.
Outro
bom exemplo é a publicidade elaborada pela empresa alemã Kesselskraner para a
marca de roupas Diesel. Uma campanha publicitária inspirada na Disneylândia,
dessa vez, Dieselândia. É um mundo consumista, artificial e perfeito. A Diesel
inventa os mais bizarros argumentos para que a roupa velha seja posta de parte
quando já saiu de moda. Promete que ao usar as suas roupas o consumidor viajará
num catálogo de sentimentos, como se fosse uma pessoa melhor e eleva-se acima
da multidão com uma individualidade própria. Na Dieselândia a r
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