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City Beautiful
(Fabiana Nunes de O. Silva)

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CITY BEAUTIFULDurante o período do “bosismo” nos Estados Unidos, as cidades cresciam desordenadamente, os “boss” ofertavam serviços urbanos mínimos aos imigrantes em troca de votos eleitorais, favorecendo a falta de planejamento para as cidades, que se desenvolviam sem critérios de embelezamento e saneamento, a chamada prática do “laissez-faire”, marcada pela exploração imobiliária da gestão do “boss”, sem nenhuma interferência das autoridades nos controles de uso e ocupação do solo; ao contrário de Paris que contou com o controle haussmaniano. Anterior ao city planning, primeira ciência americana de planejamento urbano com iniciativas de reformas e melhorias na escala urbana, a práxis laissez-faire impulsionou o White City, movimento reformador baseado no controle coordenado da cidade, com funções destinadas a tornar a cidade higiênica com pavimentação, iluminação das ruas, abastecimento de água, rede de canalização de esgoto, coleta de lixo, controle de incêndios, ou seja, o planejamento deveria ser pelas regras da ciência e não pelos interesses do “boss”. Diferentemente da Europa em que os prefeitos ordenavam as reformas, nos Estados Unidos elas aconteceram através dos movimentos populares, origem do City Beautiful, movimento cultural de referência da arquitetura americana de embelezamento das cidades. Em 1893 na Exposição Colombiana de maquetes de cidades modernas, com eixos definidos, lagos, amplas avenidas, fachadas clássicas dispostas em sítios monumentais inseriam nos visitantes o gosto pela arquitetura de tradição monumental e planejamento urbano. Exposição esta, realizada por arquitetos da Beaux-Arts, precursores do City Beautiful, que fez uso dos boulevars e passeios públicos das grandes capitais européias. Cabe ressaltar que o City Beautiful é uma metodologia de desenvolvimento de um plano com significado lingüístico classicista, referido exclusivamente com edifícios públicos e representativos de poder efetivo, econômico e político. Para os americanos, a “verdadeira” City Beautiful, é Washignton, sendo escolhida pela comissão do Senado por oferecer melhor base de aprimoramento. Anterior a Washington houveram apenas projetos parciais, nada realizado.PLANO DE WASHINGTON
No final do século XVIII em 1791, o militar projetista francês L’Enfant uniu a cultura americana iluminista (até então, tradição do modelo teórico americano), com paralelas, perpendiculares e praças centrais para a capital Washington. Formado por dois eixos, Casa Branca e Senado a partir de duas diagonais que formavam diagonais subseqüentes, a cidade foi sendo construída.
O plano a princípio, seguiu as idéias de George Washington, de fazer um grande parque de 400 pés de largura e uma milha de comprimento do Capitólio ao Patomac, estendendo-se em seguida na direção da fachada da Casa Branca. O mesmo, jamais foi completado; muito dos espaços planejados foram ocupados por edifícios pouco monumentais, e a estação da estrada de ferro para muitos, arruinou a avenida do Capitólio.
Em 1901, protestos de escritores e congressistas da área, surtiu efeito e Roosevelt, instituiu no Senado a comissão do Parque de Washington, destinada a investir no progresso da cidade e especialmente nas propriedades federais.
A comissão contratou Daniel Hudson Burnham para ampliar e melhorar o plano de L’Enfant. Autor de vários projetos dos primeiros clássicos arranha-céus durante as décadas de 1880 e 1890 e chefe de obras da Exposição Mundial Colombiana, teve entre os companheiros da comissão Frederick Law Olmsted, paisagista responsável pela inclusão de áreas verdes no projeto. A equipe reafirmou o plano inicial com avenidas, edifícios principais ao longo dos grandes eixos, atribuíram quadras, e duplicou a área de passeio.
Para Burnham, os projetos para serem realizados, devem ser grandes.
Não planejem miúdo. Pequenos projetos não possuem aquele toque mágico que esperta o sangue dos homens, e provavelmente se quer chegarão a realizar-se. Planejem grande; Mirem alto na esperança e no trabalho, lembrando que, uma vez registrado, um diagrama nobre e lógico jamais morrerá mas, bem depois de nos termos ido, será um objeto vivo, afirmando-se com insistência sempre crescente. Lembrem-se de que nossos filhos e netos irão fazer coisas que nos assombrariam. Tenham por lema a ordem e como guia a beleza. (Daniel Burnham apud HALL, 1995, p.206)

De certo modo, o City Beautiful científico se assemelha ao White City, com a estrutura e serviços urbanos, unidos de monumentos que embelezam as cidades, e Washington se tornou à cidade mais bela dos Estados Unidos; propagando o conceito de embelezamento por outras cidades americanas como Chicago, Cleveland, Detroit e também pela Europa como Berlim e Moscou.
O plano do parque de Washington atendia as necessidades do Senado de criar a “cidade capital” com uma área “reservada” para edifícios monumentais, porém, separados do restante da cidade e que visivelmente afastavam as pessoas que não faziam uso dos respectivos órgãos, as áreas periféricas continuavam as mesmas.
Diferente da Exposição de 1893, as cidades modernas expostas nas feiras, possuíam unidades completas, porém separadas entre si. Edifícios monumentais apartados da cidade e agrupados para criar um efeito grandioso: unidade completa, separada e bem definida. De algum modo, este planejamento parcial ou regional, gera uma segregação espacial, como critica Jacobs (2001, p.25) “quando a exposição se tornou parte da cidade, por alguma razão as coisas não funcionaram como na exposição”. Por outro lado, para Olmsted, o City Beautiful não se baseava apenas nos edifícios monumentais, o objetivo operativo do movimento consistia na dimensão e forma das ruas, dimensão dos edifícios e localização em relação recíproca com os espaços públicos, disposição das zonas sem edificação, e sobretudo, tratamento das zonas sem edificação com ruas, postes, árvores e valetas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BURCHARD. J.; A arquitetura dos Estados Unidos. São Paulo: Cultrix, 1961.



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