O nosso portugal
(Nuno sampaio)
As regiões espanholas e portuguesas outrora conhecidas por al-gharb al-Andalus (em árabe: ????? ???????) eram o mais importante centro muçulmano da época da "Hispânia Islâmica", sendo assim o centro islâmico da cultura, ciência e tecnologia. Nessa altura, a principal cidade da região era Silves, que, quando foi conquistada pelo rei D. Sancho I, dizia-se ser cerca de 10 vezes maior e mais fortificada que Lisboa. O Algarve foi a última porção de território de Portugal a ser definitivamente conquistado aos mouros, no reinado de D. Afonso III, no ano de 1249. Segundo alguns documentos históricos, a conquista definitiva do Algarve aos mouros neste reinado, nomeadamente a tomada da cidade de Faro, foi feita de forma relativamente pacífica. Curiosamente, o nome oficial do reino resultante seria frequentemente designado de Reino de Portugal e do Algarve, mas nunca foram constituídos dois reinos separados. A zona ocidental do Algarve é designada por Barlavento e a oriental por Sotavento. A designação deve-se com certeza ao vento predominante na costa . Muito antes de Portugal conseguir a sua independência, já tinha havido algumas tentativas de alcançar uma autonomia mais alargada, e até mesmo a independência por parte dos condes que governavam as terras de Galiza e Portucale. Para terminar com esse clima independentista da nobreza local em relação ao domínio leonês, o Rei Afonso VI de Leão entregou o governo do Condado da Galiza (que nessa altura incluía as terras de Portucale) ao Conde D. Raimundo de Borgonha. Após muitos fracassos militares de D.Raimundo contra os Mouros, Afonso VI decidiu dar em 1096 ao primo deste, o Conde D. Henrique, o governo das terras mais a sul do Condado da Galiza, fundando assim o Condado de Portucale. Com o governo do Conde D. Henrique, o Condado Portucalense conheceu não só uma política militar mais eficaz na luta contra os Mouros, mas também uma política independentista mais activa, apesar de nunca ter conseguido alcançar a independência. Só após a sua morte, quando o seu filho D.Afonso Henriques subiu ao poder, Portugal conseguiu a sua independência com a assinatura em 1143 do Tratado de Zamora, ao mesmo tempo que conquistou cidades importantes como Santarém, Lisboa, Palmela e Évora aos Muçulmanos. Terminada a Reconquista do território português em 1249, a independência do novo reino viria a ser posta em causa várias vezes por Castela. Primeiro, na sequência da crise de sucessão de D. Fernando I, que culminou na batalha de Aljubarrota, em 1385. Mais tarde, com o desaparecimento de D. Sebastião, três gerações de reis espanhóis dominaram o país (Dinastia Filipina). Esse domínio foi deposto a 1 de Dezembro de 1640 pela nobreza nacional que, após ter vencido a guarda real castelhana, depôs a condessa governadora de Portugal, coroando D.João IV como Rei de Portugal. Após isso, seguiu-se a guerra entre Portugal e Castela, na qual se deu a Batalha das Linhas de Elvas, terminando apenas em 1668 com a assinatura de tratado de paz, em que Castela reconhecia de vez a restauração de Portugal O final do século XVII e a primeira metade do século XVIII assistiram ao florescimento da exploração mineira do Brasil, onde se descobriram ouro e pedras preciosas que fizeram de D. João V um dos monarcas mais opulentos da Europa, que serviram apenas para pagar os produtos importados, maioritariamente de Inglaterra uma vez Portugal ter abdicado da continuidade de Reformas iniciadas pelo 3º Conde da Ericeira, que beneficiava industrialização do País (a exemplo: Não existia indústria têxtil no País e todos os tecidos eram importados de Inglaterra), o comércio externo baseava-se na indústria do vinho e O desenvolvimento económico do reino baseou-se, nos esforços do Marquês de Pombal, ministro de D. José entre 1750 e 1777, para inverter a situação com grandes reformas mercantilistas, acabando mesmo por perseguir diversos opositores como é o caso dos Távoras. Foi neste reinado que um sismo devastou Lisboa e o Algarve, a 1 de Novembro de 1755. Por não quebrar a aliança com a Inglaterra e recusar-se a aderir ao Bloqueio Continental, Portugal foi invadido pelos exércitos napoleónicos em 1807. A Corte e a família real portuguesa refugiaram-se no Brasil, e a capital deslocou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceria até 1821, quando D. João VI, desde 1816 rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, regressou a Lisboa para jurar a primeira Constituição. No ano seguinte, o seu filho D. Pedro IV era proclamado imperador do Brasil, mantendo-se, no entanto o império do Brasil e o Reino de Portugal unidos durante cerca de dez anos. Portugal viveu, no restante século XIX, períodos de enorme perturbação política e social (a guerra civil e repetidas revoltas e pronunciamentos militares, como a Revolução de Setembro, a Maria da Fonte, a Patuleia, etc.) e só com o Acto Adicional à Carta, de 1852, foi possível a acalmia política e o início da política de fomento protagonizada por Fontes Pereira de Melo. No final do século XIX, as ambições coloniais portuguesas chocam com as inglesas, o que está na origem do Ultimato de 1890. A cedência às exigências britânicas e os crescentes problemas económicos lançam a monarquia num descrédito crescente, e D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são assassinados.
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