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A VIAGEM DAS...QUIMERAS!
(Baracho)

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A VIAGEM DAS QUIMERAS! Pesam-lhe os anos nos arqueados ombros pelo cansaço escrutinador de um futuro indevassável, sente as pernas trôpegas idênticas as de um andarilho sem rumo pelos caminhos da vida, tem a pele ressecada e curtida pelo diuturno uso dos poros em contato direto com suores salubres, formados pela química externa e poluidora da atmosfera. Vai andando pelas veredas... Passo a passo, sem saber aonde vai. A cada dia, tem a sua trilha modificada, obrigando-o a fazer volteios para, novamente, retornar a mesma meta incerta, todavia, longitudinal em direção do ocaso da existência. Os anos vão passando no incessante coar das datas, os seus cabelos tornaram-se grisalho pelos resvalos nas encostas ou vertentes da caminhada estéril e até insana. A esperança começa a escassear em seu espírito, dando lugar a um acelerar de misteres urgentes, como se tudo que ele almejara pudesse ser conseguido num átimo de sua já quase falida existência. Vai arquivando os seus anseios e declinando-se de cumprir tarefas já não possíveis pelo passar dos anos. Apenas um desejo não lhe abandona: A viagem que sempre quizera fazer! Sonhara a vida quase toda com a fortuna em um campo tranqüilo e longe das vicissitudes da vida moderna, local em que os seus pensamentos tivessem ressonância com as emanações campestres e a liberdade da fartura e da felicidade, tudo colocado numa proveta fantástica fazendo-o rejuvenescer sem mácula num cenário miraculoso onde aguardaria, tranqüilamente, o escoamento da passagem desta vida para a eterna. Esse sonho fê-lo caminhar desesperado achando que para concretizá-lo era preciso a fortuna como suporte inicial do almejado. Ledo engano... Quanto tempo perdido! Não ficou rico nem chegou ao porto desejado. Foi um viajor fracassado e se perdera pelas periferias das metas. Ao em vez de procurar a "Dona Fortuna" tal e qual um "Dom Quixote" moderno, deveria ter-se quedado à beira do caminho sinuoso sem forçar o retorno a longitudinal quimérica, onde teria visto, ao derredor, um novo horizonte, sentiria o perfume das flores preparando-o para a viagem por ele sonhada. Esse descanso nas margens aliviaria o seu cansaço e o seu espírito, fazendo-o pensar e agir com mais clareza: O pensamento seria o seu transporte único para encontrar a felicidade dentro dele mesmo... As ambições e palpitações não lhe permitiram desviar-se da vereda para aprofundar-se nos conhecimentos primários para a viagem, iniciando pelo pensamento lógico e inteligente, se assim tivesse feito, teria, ao iniciar a jornada, os conhecimentos necessários para chegar ao píer da felicidade e da sabedoria. É conflitante o vagar mental desagregado da vontade encarcerada nos princípios que norteiam os homens desde a idade da razão. O conflito torna-se mais cruciante quando o discernimento conduz a um só resultado enganoso dentro dos conhecimentos e desejos religiosos, ocorrendo, então, uma maratona de imagens geradas pela intenção de sepultar determinados pensamentos. Em oposição, outros pensamentos que emergem dos meandros das suas resistências francamente em disputa com regras teológicas, desafiam, destarte, toda a gama de bondade e êxtase do qual o homem é, ou está... Possuído! Esse confronto chega ao cúmulo do pensamento criar imagens retorcidas dos anseios, como se dentro dele existisse uma variedade de usinas, umas condicionadas em escolaridade pelos caminhos do Bem, resultante dos conhecimentos que ele entende como puro e bondoso, outras, infiltrando-se nas pessoas sem didática específica, misturando a sua crença e pervertendo as "boas intenções" secretas e ainda não vindas à luz. Toda máquina tem que ter uma forma de desligar-se, quer seja mecânica ou por desgaste, no entanto, em quaisquer dessas formas, é necessário um esforço interno, mesmo que o impulso venha do exterior; só após um peregrino mister de defasagem, às peças vão se imobilizando ou desgastando-se até a inércia e, dessa,a parada absoluta. Essa parada é alheia a vontade solidificada e metrificada pela escola da vida, que é o resultado da experiência adquirida, dependente de inúmeros fatores externos, tais como: religião, família, usos e costumes e outros. A força do pensamento é um espectro oriundo de uma miscelânea de computações internas, amealhadas desde a mais neófita sapiência dos fatos chegados ao conhecimento físico do ente gerador das mesmas, ele está em vantagem com relação à vontade justamente por não ter uma forma definida e previsível, ser independente, renitente e soberano, sabedor que é do fato de não poder ser desligado apenas pela vontade consciente, podendo vangloriar-se da circunstância de ser o resultado indomável do mesmo gerador da vontade, porém, possui uma maneabilidade de mascaramento que lhe permite escapar do domínio do próprio ser em sua magnitude da razão, não podendo, assim, ser domado apenas pela vontade, embora esteja sujeito ao elemento humano que o retém. Dessa forma, o pensamento pertence e não pertence ao indivíduo, é irmão amoroso da vontade e o seu inimigo mais ferrenho. O pensamento é um resíduo de Deus ao dar uma alma a Adão e, por via de conseqüência, aos seus descendentes. Deveria ter sido amoldado na alma do primeiro vivente, entretanto, por uma fração infinitesimal de segundo, quando do exílio de Adão, lançado fora do paraíso, o pensamento quis retornar ao Éden desligando-se da alma, no que não lhe foi permitido. Àquela mínima fração de tempo, foi o bastante para o pensamento tomar conhecimento do seu poder independente da alma e da razão, a partir de então, ficou orbitando no intimo de cada ser humano usufruindo certa liberdade sem estar elencado à alma, o que só ocorrerá quando houver a délivrance da carne/espírito, momentos em que, juntos, retornarão ao paraíso e ao Criador. O raio de ação do pensamento é individual e racional sem obedecer ao carcereiro quando corpo nem a sua irmã enquanto alma. As pessoas fortes em espírito conseguem suplantar alguns pensamentos, simplesmente os ignorando. Os que têm mente e espírito desajustado ou pusilânime acabam por atender aos impulsos de seus pensamentos cumprindo as suas diretrizes, quais escravos sem código de honra, obedecendo-o depravadamente com orgias e devassidões ao dar-lhe forma a seu bel-prazer sem o poder controlador da vontade e da alma. Somente os loucos escapam ao pensamento pela falta de sintonia de limites e normas em suas mentes degeneradas, nesse caso, o pensamento não influenciará o seu físico passando a transitar de forma livre transformando-os em crianças angelicais ou num ferocíssimo e hediondo algoz, exatamente pela falta de assimilação de seus "desenhos imaginários" e contornos, onde não ocorre a receptividade nem as traduções da lógica e da ética. A única forma que o humano tem na estrada da vida para domar o pensamento, sem a ajuda de sua alma, é ignorá-lo por completo livrando-se de sua influência maligna, e/ou, com ele conviver integral e pacificamente... Quando benéfico. Não podendo fazer a viagem desejada, pela falta do pensamento lógico e balizador, o homem, sentado às margens da vereda, num cruzamento imaginário, deve abandonar os esforços físicos relaxando-se e dando vazão ao pensamento benéfico, a começar pelas causas mais simples. Silente deverá observar tudo a sua volta sem interferir e sem lamentar-se de sua desdita culposa, porque, um novo transporte poderá passar e ele, atento, o acompanhar em um embarque feliz para a sua meta desejada. (aa.) Sebastião Antônio BARACHO. [email protected] Fone: (31)3846-6567



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