Resumo de OS OGM,UMA NECESSIDADE?

Após dois anos de estudos, o Conselho Internacional das Uniões Científicas (CIUS) propõe uma análise da genética moderna e das suas aplicações nos produtos alimentares, na agricultura e no ambiente. Eis os grandes traços: o estudo sobre a possibilidade de introduzir os OGM na agricultura nasceu duma procura crescente e contínua de alimentos mais abundantes, mais baratos e de melhor qualidade. As projecções feitas pelas Nações Unidas – UN Food and Agriculture Organization (FAO), e International Food Policy Research Institute (IFPRI) – indicam que o consumo humano de cereais aumentará 40% até 2020, enquanto que o do leite e carne terá duplicado. Como as superfícies cultiváveis assim como a água disponível estão em constante diminuição, é indispensável poder produzir mais alimentos por metro quadrado de terras aráveis e por litro de água![BR]Só a bio - genética está à altura de responder a estas necessidades sem aumentar a utilização de adubos e de insecticidas poluentes! Esta afirmação é sustentada por várias agências inter governamentais, como a FAO (que agrupa 162 países membros), a Comissão Europeia, o Grupo internacional dos recursos genéticos vegetais (GIRGV) e a OCDE (Organização para o Cooperação e o Desenvolvimento Económico). Além disso, como nenhum caso de doença ou de alergia foi revelado desde 1995, data da introdução no mercado mundial dos primeiros alimentos contendo OGM, e que vários milhões de pessoas os consumiram sem nenhum inconveniente, pode – se concluir que estes não apresentam nenhum risco para a saúde humana. O que não quer dizer que futuros OGM não o apresentem, é por isso que estudos aprofundados devem ser efectuados para todos os novos produtos. Por outro lado, a tecnologia genética tem permitido melhorar certos alimentos pela introdução de anti alergénios ou de vitaminas, assim como pelo aumento do seu valor nutritivo. A nova resistência de certas plantas aos insectos permite diminuir a utilização de pesticidas e portanto o risco de encontrar vestígios na alimentação. Pode – se aumentar a resistência natural de outras plantas a certos fungos nocivos para os consumidores. A possibilidade de criar espécies consumidoras de menos recursos naturais não pode senão constituir uma vantagem para o ambiente, e é uma fonte de alimentação para todas as populações que vivem em meios desfavorecidos.[BR]As críticas que prevêem uma invasão do meio natural por plantas transgénicas têm sempre falhado com argumentos que o provem e se, por vezes, se pôde constatar uma mistura de características transgénicas com características naturais, até ao presente as características “artificiais” têm todas desaparecido numa ou duas gerações. O que não quer dizer que se diminua a vigilância, as plantações transgénicas devem ser sempre vigiadas a fim de garantir a não invasão do meio e a salvaguarda do património genético vegetal natural. É por isso que as novas plantas ensaiadas em meio aberto são todas “esterilizadas”. O que tem feito dizer aos anti – OGM que se quer arruinar os agricultores impedindo – os de utilizar os grãos da sua produção para replantar. Quando uma planta é autorizada a ser comercializada, ela reproduzir – se - à como as plantas naturais.[BR]Estudos efectuados na Austrália, na China, na África do Sul e nos Estados Unidos mostraram que após 1995 e a comercialização do algodão Bt, a utilização de pesticidas diminuiu de 40 a 60%, o que reduziu consideravelmente o envenenamento das terras e permitiu um aumento da bio diversidade.[BR]Noutro domínio, o desejo de criar um carburante verde obriga – nos a utilizar o trigo ou a cana de açúcar a um ritmo muito rápido, porque se nos contentássemos com as plantas naturais para produzir o etanol necessário, seria utilizada toda a superfície da Terra…, para além de que é necessário conservar uma função alimentar a estas culturas.[BR]Em conclusão, a introdução dos OGM na agricultura é uma necessidade![BR]Mas se nenhuma consequência negativa foi constatada até ao presente, os organismos de controle e de regulação internacionais serão sempre indispensáveis para supervisionar a evolução desta tecnologia, para assegurar a qualidade e a inocuidade dos novos alimentos, e para garantir aos agricultores a sua independência em relação às multinacionais que dominam a quase totalidade da produção por engenharia genética. Para o consumidor dos países onde a produção alimentar é suficiente, é necessário preservar a sua liberdade de consumir alimentos sem OGM graças a etiquetagem que devia ser generalizada, assim como é necessário assegurar aos consumidores dos países desfavorecidos um acesso à produção e ao controle dos OGM que lhe facultarão, sem dúvida, as proteínas que lhe fazem falta.[BR]O futuro da humanidade e a noção de desenvolvimento sustentável são indissociáveis da introdução de novas tecnologias na cadeia alimentar, na agricultura e na defesa do ambiente. Mas a vigilância é e deverá continuar a ser a regra.

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