Segredos da Voz – Parâmetros: Vibrato
(Manuela de Sá)
Muito foi já dito sobre o “vibrato”, e a maior parte das definições são subjectivas, já que para uns o vibrato é sempre de mau gosto (não apresentando estes distinção entre vibrato e trémulo), e para outros a voz completamente lisa é enfadonha e incapaz de traduzir qualquer tipo de emoção.
A contenção do vibrato inibe a liberdade e naturalidade da voz do cantor, amputando-lhe riqueza harmónica. Um dos factores que contribui para a riqueza harmónica é o movimento da nota fundamental acima e abaixo, mantendo com rigor a impressão auditiva da nota pretendida. A superfície das cordas vocais que entra em contacto durante a fonação muda constantemente, e cada superfície nova promove uma nova série de parciais. Tal como um diamante bem talhado, uma nota rica resplandece de brilho.
O “vibrato” é um fenómeno de baixa frequência, de 6 a 7 vibrações por segundo. Consiste num jogo de tensão-distensão dos músculos: da língua, do palato mole, da faringe, dos músculos elevadores e depressores da laringe e dos músculos ligados à epiglote. Surge então quando existe um equilíbrio perfeito entre os músculos que possuem funções opostas (ex.: elevadores-depressores; adutores-abdutores; extensores-constritores).
Seidner (1982): “Um vibrato equilibrado é a expressão de uma voz sã e o resultado de mudanças regulares de tensão sobre todo o equilíbrio entre respiração e laringe, no sentido de uma correcta coordenação muscular e uma maneira económica de trabalhar.”
A sua amplitude varia com a intensidade do som e com a frequência, mas nunca ultrapassa o meio-tom. É mais vibrante, mais acutilante, quanto maior a intensidade, já que acompanha em paralelo o movimento da amplitude do som. É um movimento oscilatório regular na sua periodicidade.
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