retratos de paixão
(john; williams)
A parte de trás de um pescoço, o ângulo de uma perna, um vislumbre, um olhar- cada pormenor pode evocar novos desejos e velhas recordações.A cena de um par retirando-se furtivamente de uma festa pode parecer inocente, mas nós sabemos que não é; faz-nos lembrar o receio de sermos apanhados em flagrante, o frisson provocado pelo risco. A gama de emoções e complexidades de uma relação pode ser maior quando são necessários comedimento e dissimulação. São perdidas tantas oportunidades para a comédia ou para a tragédia, para o triunfo ou para o desespero quando o sexo não é visto como uma actividade agradável, que deve ser satisfeito livremente.Em épocas mais liberais, o sexo é divertido - nem sempre frívolo, mas também não «sério»; não é uma coisa de que nos tenhamos de envergonhar.O sexo é alegre, por vezes cómico, uma pausa nas preocupações, uma delícia. Nada devia parecer menos mecânico do que este terno, libertino, ousado período de tempo passado entre lenções. As risadas íntimas dos amantes são fruto do inegável divertimento que ele é.Se bem que, afinal de contas, o sexo seja argumento que leva sempre às mesmas conclusões, parece ser o mais vasto e mais variado assunto do mundo. As imagens sexuais reflectem e influenciam simultaneamente as nossas predilecções e os nossos desejos. A arte erótica, longe de estar confinada a composições estereotipadas do acto gerador, engloba a mais vasta gama dos nossos encontros sexuais: os nossos namoros e as nossas loucuras, o nosso amor e as nossas afeições, os nossos enganos e os nossos desapontamentos - e os nossos segredos.AMOR À PRIMEIRA VISTA: é coisa de conto de fadas. Nos cínicos tempos que correm, esboçamos um sorriso quando ouvimos falar desta inverosímil parte do ideal romântico. E no entanto, um súbito e inesperado encontro de olhares pode por vezes levar a importantes conclusões. Podemos dizer tantas coisas só com um olhar, voluntária ou involuntariamente. Podemos escolher enviar uma mensagem com um simples erguer do sobrolho ou sermos atraiçoados pelo dilatar das nossas pupilas e a nossa face ruborizada, quando o desejo se manifesta contra a nossa vontade.Para os homens, em particular, os mais imediatos sinais sexuais são visuais, e as mulheres sempre souberam aperfeiçoar o seu efeito através da moda e da maquilhagem. Este estímulo do desejo é mais forte quando a visão é recente. Mesmo quando nos apaixonamos por alguém que conhecemos desde a infância, o desejo apanha-nos de surpresa e vemos essa pessoa como se nunca a tivéssemos visto.Mesmo em situações mais formais, o primeiro olhar pode ser muito significativo.O autor inglês Jonh Aubrey (1626-1697) conta-nos um caso em que a escolha de uma noiva não era apoiada por nenhuma agitação de ardor romântico:«As duas filhas do meu patrão estavam deitadas na cama. Ele levou Sir William até ao quarto, pegou numa ponta do lençol e de repente levantou-o.Elas estavam deitadas de costas, com as camisas subidas até ás covas dos braços. Acordaram e viraram-se imediatamente de barriga para baixo.Roper disse:"vi ambos os lados", e dando uma palmada numa nádega, acrescentou:"tu és minha." E o pretendente não precisou de fazer mais nada.»
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