Casa de Pensão
(Aluísio de Azevedo)
CASA DE PENSÃO
Autor Realista/Naturalista, Aluísio de Azevedo escreve esse romance naturalista desenhando as características degenerativas das personagens, principalmente do jovem Amâncio, que é composto por impulsos animalescos e instintivos, fruto da hereditariedade e de uma educação severa. Na verdade, é carente e inseguro, e ao mesmo tempo, incidente. O autor se baseia em fatos reais para construir a história, usa um acontecimento que abalou a sociedade carioca. A partir de sua observação, analisa e experimenta a alma humana contida na trama como em um laboratório, levando os seus personagens a uma determinação de fatos dentro do enredo. O determinismo, uma das fortes características do estilo da época, é marcado na forma como ele conduz esse romance. Assim, como em outros romances do autor, usa o ambiente coletivo, as suas patologias e doenças morais. Romance em 3ª pessoa, narrador onisciente e onipotente, se deixando fora do elenco das personagens.
Enredo:
Um jovem rico sai do Maranhão para estudar medicina no Rio de Janeiro. Com a intenção de se ver livre dos autoritarismos do pai e curtir a liberdade, sonha com a vida boêmia que a corte pode lhe oferecer. Seu propósito real não é o de estudar para ter uma profissão, mas o de simplesmente obter um diploma de doutor. Amâncio chega na cidade para morar na casa de uma amigo do pai, Sr. Campos, que é casado com D. Hortênsia, por quem se sente atraído e nota que também despertou seu interesse. Em seguida, reencontra um amigo chamado Paiva Rocha, com ele inicia a sua vida de boemia e bebedices, mas logo percebe que ali em casa de Campos não o aceitariam assim. Seu amigo indica uma casa de pensão, a de João Coqueiro e o apresenta o lugar, em seguida se muda para lá. Os proprietários do lugar, Madame Brizard e seu marido, João Coqueiro, sabendo da fortuna do rapaz, dispensam a este um tratamento diferenciado. Na casa ainda havia muitos outros hóspedes, e viviam todos no mesmo ambiente impregnado de falsa moralidade, jogos de interesses, sexualidade, promiscuidade, patologias físicas e psicológicas. Porém, não era a idéia que o casal passava ao moço, já intencionados em laçá-lo usando a própria irmã de Coqueiro, a sensual Amélia. Essa, por sua vez, encheu Amâncio de cuidados quando adoeceu, tantos foram que passou a ser sua amante. Fingindo não saber do envolvimento de sua irmã com o estudante, João Coqueiro e sua mulher vão tecendo uma teia para arrancar dinheiro do abastado rapaz. Em determinado momento, o pai de Amâncio vem a falecer e ele é chamado por sua mãe a voltar ao Maranhão. Com medo de perder sua presa João Coqueiro tenta impedir de todas as formas a saída do rapaz do Rio de Janeiro, proibindo-lhe ir à sua terra antes de consumar casamento com Amélia. Amâncio tenta com discrição fazer sua viagem, mas João Coqueiro o denuncia à polícia por ter seduzido e desonrado sua irmã. O estudante é acusado de ter deflorado a moça e vai a julgamento. O caso tem grande repercussão na imprensa e divide a opinião pública, contudo, os estudantes ficam a favor de Amâncio. João Coqueiro forja provas e testemunhas falsas, e faz com que o Sr. Campos fique contra Amâncio quando lhe envia uma carta do mesmo para sua esposa, este se sente desrespeitado pelo filho de seu amigo e se retira a sua ajuda. Apesar dos esforços de João Coqueiro e seu advogado, Amâncio é absolvido. Ele é abraçado por todos, carregado pelas ruas, e é levado para o Hotel Paris para festejara sua vitória. Encurralado pela situação diante da sociedade, da própria mulher e até mesmo das testemunhas que queriam receber dinheiro prometido, João Coqueiro pega uma arma e vai atrás de Amâncio, bate a porta de seu quarto no hotel, e quando a prostituta que está com ele abre a porta atira contra o peito do estudante que só tem tempo de chamar pela mãe e morre. O assassino tenta fugir, mas é agarrado por um policial. O caso repercute ainda mais, e novamente a opinião pública se divide causando grandes rumores por todo o lado. As pessoas querem ver o morto, visitar o necrotério onde está o corpo do rapaz. O seu funeral acontece como de uma pessoa pública, com a presença até de políticos. Todos queriam ter a foto do rapaz morto. Quando, então, D. Ângela, mãe de Amâncio, desembarca na corte para encontrar o filho, o vê numa foto morto com o peito ensangüentado, em uma vitrine com a descrição: “Amâncio de Vasconcelos, assassinado por João Coqueiro no Hotel Paris.”
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