Algumas Idéias para a melhoria do Ensino Superior Brasileiro (1)
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)
Sou professor há um bom tempo, mas de alguns anos para cá estou só no Ensino Superior, então me sinto à vontade para falar do meu campo de atuação. Neste sentido, gostaria de indicar caminhos que podem iniciar o processo de melhoria, alguns deles a despeito de políticas contrárias por parte do Governo. Eis algumas propostas abaixo:1 - Do ponto de vista individual (em relação à prática docente e aos modos de estudo dos alunos):a) Por parte dos professores: desvinculação entre conteúdo ensinado e ideologia política e visão de mundo (incluindo aí a religião e sua idéia sobre cultura). Partindo do princípio que as salas de aula se prestam ao ensino, acredito que deveria ser proibido ao proibido ao professor realizar durante seu horário de aula práticas que não fossem as ligadas ao ensino dos conteúdos. Fui professor durante alguns anos na UFRJ (sem contar que também fui aluno lá) e pude observar que muitos professores utilizam o espaço de suas aulas para fazer propaganda política e até mesmo para tentar convencer alunos a seguirem seu credo religioso. Isto é um completo e absurdo desvio de função, e pago com nosso dinheiro, por isto deveria acabar. Sem contar que devido a tal "fenômeno", muitas vezes as aulas não terminam a tempo e os conteúdos nunca são dados integralmente, quem se prejudica mais? O aluno que precisa destes conhecimentos para enfrentar o mercado de trabalho.b)Retomada da noção de disciplina de estudo: na atualidade, muitos professores não estudam (apesar de terem um tempo assegurado até por lei para pesquisas e estudos pessoais)e por não valorizarem esta prática acabam por desacreditá-la para seus alunos. Isto freqüentemente é feito de duas formas: 1) o professor coloca os conteúdos da matéria sem se preocupar com o quanto os alunos já conhecem e com o quanto são capazes de lidar com aquele conhecimento (muitas vezes defasado) que apresentam, e isto acontece porque o professor muitas vezes NÃO ESTUDA OS SEUS ALUNOS, não investe em conhecê-los, tornando assim muito difícil a adequação entre o que vai ensnar e o que o aluno tem condições de aprender; 2) Em certos casos o professor, com o objetivo de ser mais bem aceito, o professor acaba por abdicar da função de avaliador, permitindo que os alunos passem com um baixíssimo rendimento e um grande desconhecimento de sua matéria. Ora, tais situações estão diretamente vinculadas à perda da noção de que o estudo é importante. Se o professor retomar esta noção, mesm oque tenha de fazer isto como exigência burocrática, boa parte do problema que apresentei será sanado, pois havendo um instrumento que faça com que o professor tenha dedemonstrar que conheceu sua turma, e principalmente, que conhece a matéria que irá ministrar, de modo autalizado e progressivo, teremos professores ligados às inovações e com grande ocnhecimento teórico e prático e alunos que não poderão, por exemplo, trocar suas aulas por chopadas e no final conseguirem aprovação mínima. Como eu disse antes, trat´-se de processo lento, mas se não for feito de modo controlado e institucional a mudança de atitudes não tem o "start" para que possa começar a ocorrer. c) Melhoria da coerência inerente´à função do aluno. Da mesma forma que não cabe ao professor agir em sala de aula como se estivesse em pregação ou em campanha política, não cabe ao aluno vir à aula como se estivesse em uma boite. Neste sentido, defendo que nas Universidades exista um código disciplinar (como existe em várias universidades estrangeiras) na qual o aluno que não cumprir regras disciplinares previstas nestecódigo seja passível de sanções. Nada mais justo, pois se o sujeito numa empresa em hprário de trabalho, chega bêbado, cantando, perturbando os demais e batendo nas coisas do ambiente o que acham que vai acontecer com ele? Eu respondo: rua!!! A Universidade pode até ter espaços para a diversão, não sou contra eles, desde que setorizados e em horários de funcionamento que não osdas aulas, porém isto não implica de forma alguma que as sals de aula sejam o espaço de diversão. Quem quer ser feliz em uma vida que somente contenha diversão que largue a universidade e vá para uma festa rave por dia, porém para os que estiverem lá dentro, que saibam que a universidade é o seu local de trabalho.2 - Do ponto de vista da gestão administrtiva e do funcionamento interno da Universidadea) Defendo que as reitorias divulguem seu orçamento de forma clara, nos corrdores, na internet e em boletins dados aos professores, alunos e funcionários. Sobretudo em se tratndo de universidade pública é interessante ver para onde está indo o dinheiro.b) Que os profissionais (professores e funcioários) e alunos possam receber sanções mais rígidas quando não cumprirem os procedimentos relativos aos padrões de qualidade. Chega de professores que viajam meses e deixam suas turmas sem aulas. Chega de funcionários que nunca atendem aos alunos e aos professores corretamente, assim como basta de superintendentes, reitores e sub-reitores que nunca estão presentes no horário de trabalhoi aonde deveria. Quem fizer isto, adios!
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