Stress e Relações Interpessoais
(Hawkley; L. C.; & Cacioppo; J. T.)
As explicações sociais e biológicas dos comportamentos, têm sido desde sempre, consideradas como duas áreas distintas ou mesmo incompatíveis. Existem hoje, vários estudos que sugerem uma estreita relação entre processos psicológicos, processos fisiológicos e factores sociais. Numa revisão elaborada 1996, sugerem fortes evidências de uma relação entre suporte social, rede social e integração social e vários aspectos dos sistemas cardiovascular, endócrino e imunitário. Dados consistentes demonstram que a formação e o rompimento de relações sociais têm importantes sequelas a nível endócrino e imonulógico em primatas não humanos e humanos. Coe, 1993; Gunnar, 1992; Herbert & Cohen sugerem que tais aspectos negativos de relacionamento social podem ter efeitos importantes nas funções imunitárias. Num recente estudo, demonstrando o uso de factores positivos e negativosde relacionamento social, Lepore (1992) descubriu que conflitos entre colegas de quarto ou entre amigos, era um predictor importante de angústia psicológica. Começou por examinar como uma importante relação interpessoal pode afectar ou predizer actividade ou reactividade cardiovascular. A genética, a dieta e outros factores comportamentais predispõem indivíduos a uma elevada ou baixa reactividade do batimento cardíaco, quando expostos a stressores psicológicos O stress crónico causado por cuidar de um familiar com Alzheimer está associado a alterações negativas nas funções psicológicas e imunitárias. Ser responsável por um doente de Alzheimer é uma tarefa que consome muito tempo na vida de alguém, deixando pouco tempo para novos contactos sociais e outros amigos. Os responsáveis que passavam grande parte do tempo com o paciente, antes do aparecimento da doença, sofreram grandes disrupções nas suas vidas sociais. Estes dados são consistentes com a noção de que relações sociais têm um papel importante, nem sempre benéfico, na regulação cardiovascular e saúde. O isolamento social constitui um grande risco para a mortalidade quando comparado com outros factores de risco como fumar, pressão sanguínea, colesterol, obesidades e actividade física. A ligação entre função imunológica e relações inter pessoais é uma das maiores descobertas da Psiconeuroimunologia.( PNI; Kiecolt-Glaser & Glaser, 1992). Por exemplo, estudantes de medicina que se descrevem como pessoas sós, com poucas relações interpessoais têm uma baixa actividade e número de células que têm funções de vigilância e destruição de células infectadas. Uma elevada actividade deste tipo de células está associada a um elevado suporte social, em mulheres cujos maridos têm sido sujeitos a tratamentos de cancer urológico, também comparado com aquelas com menos suporte. Os estudantes de medicina que mostraram ter melhor suporte social tiveram uma resposta imunológica mais forte, à hepatite B do que aqueles com menor suporte social. Estudos epidemológicos demonstram diferenças físicas e psicológicas na saúde, entre pessoas casadas e não casadas (Verbrugue, 1979), ou a perda de um cônjugue tudo isto ligado a um declíneo da imunidade celular. No entanto a perda de um cônjugue pode provocar alterações na saúde física e mental. A simples presença do marido ou mulher não é necessariamente de cariz protector. As pessoas não casadas são mais felizes que pessoas com um casamento com problemas, portanto indutores de stress (Renne, 1971). Existem vários dados que argumentam que relações pessoais próximas, como de um casal, que estão perfeitamente expostos a stress podem provocar várias alterações fisiológicas. Os factores sociais e interpessoais indutores de stress, podem substancialmente elevar a epinerfina, a noreadrenalina e o cortisol. É interessante perceber como factores sociais têm forte influência no funcionamento psicológico e fisiológico. São as relações sociais que podem ser indutoras de stress, ou seja, algo exterior que afecta a nível psicológico, um indivíduo que mediante as suas características pessoais, produz efeitos a nível fisiológico. São, no entanto estas mesmas relações que podem atenuar os efeitos produzidos. Como a cima descrito, existem evidências que sugerem que o isolamento social produz debilidades no sistema imunitário. Fica por explicar o modo como isso acontece e se o facto de uma alteração no modo de vida (aumento do número de relações interpessoais) produz efeitos positivos.
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