Limites na Educação dos Filhos Uma das preocupações atuais é a inconseqüência, indolência de muitos jovens e o despreparo para assumirem responsabilidade diante da própria vida. Os direitos dos filhos aumentaram, em detrimento de seus deveres. Temos tido dificuldade para estabelecer as regras necessárias para uma educação saudável e eficiente, que estruture relações de respeito mútuo e a noção de hierarquia dentro e fora do contexto familiar. Ao nascer o indivíduo é absoluto, não suporta frustração, é heterônomo, e egocentrado. Quando o processo educativo é saudável e coerente do nascimento até a adolescencia, o jovem internaliza as regras e valores, desenvolvendo a autonomia e potencializando-se para o relativo da vida adulta. Inicialmente, os limites são externos, e o processo educativo eficiente, favorece a internalização dos mesmos através de vários fatores interligados. São eles: relação afetiva satisfatória; estabelecimento de rotina adequada; aprendizado de valores morais e éticos; estabelecimento de hierarquia com papéis definidos e funcionais; regras claras e coerentes, com frustrações adequadas. Nos limites coerentes os pais exercem seus papéis de forma definida e funcional, respeitando as necessidades e possibilidades dos filhos em cada fase de seu desenvolvimento, levando em conta as alterações do meio externo. A relação afetiva é satisfatória; a rotina é estabelecida desde o nascimento através dos cuidados básicos (horário e local de sono, alimentação e higiene); no aprendizado dos valores morais e éticos, os pais são coerentes em relação ao que falam e fazem;a hierarquia dentro do contexto familiar é estabelecida com papéis definidos, onde pais são “pais” e filhos são “filhos”e as regras e frustrações são adequadas, ficando claro para os filhos a noção do “sim” e do “não” e qual vai ser a conseqüência de seus atos. Como conseqüência de uma educação baseada em limites coerentes, favorecemos aos filhos uma estabilidade e maturidade emocional; organização temporal e espacial; internalização de valores coerentes que vão nortear sua conduta moral e ética; direitos e deveres coerentes; internalização de regras e tolerância à frustração, com o desenvolvimento da autonomia e da independência relativa da vida adulta. Nos limites são incoerentes os pais exercem seus papéis de forma confusa e disfuncional,por apresentarem uma inconstância em suas atitudes e desrespeitam as necessidades e possibilidades dos filhos e as alterações do meio externo. A relação afetiva é insatisfatória ;a rotina é precariamente estabelecida;o aprendizado de valores morais e éticos os pais são incoerentes em relação ao que falam e fazem;a hierarquia é estabelecida com papéis confusos;as regras e frustrações são ineficazes, incoerentes, por não se manterem ou por não se adaptarem às necessidades reais dos filhos. Com limites incoerentes favorecemos aos filhos uma instabilidade e imaturidade emocional ; desorganização temporal e espacial; internalização de valores confusos; dificuldade na percepção dos seus direitos e deveres; internalização de regras confusas e baixa tolerância à frustração. Os limites são rígidos quando os pais exercem seus papéis de forma rigidamente definida e disfuncional, por desconsiderarem as necessidades e possibilidades dos filhos em cada fase de seu desenvolvimento, não levando em conta as alterações do meio externo. A relação afetiva é empobrecida pela rigidez dos pais que bloqueiam a expressão de pensamentos e emoções dos filhos, ;a rotina é rigidamente estabelecida, propiciando que os filhos se tornem exigentes consigo mesmos e com os outros;o aprendizado dos valores morais e éticos, os pais passam para os filhos valores distorcidos por sua inflexibilidade;a hierarquia é rigidamente estabelecida, com pais autoritários e filhos reprimidos;as regras e frustrações são exageradas. Como conseqüência de uma educação baseada em limites rígidos, favorecemos aos filhos um bloqueio e imaturidade emocional; excessiva organização temporal e espacial; senso crítico exagerado; deveres maiores que os direitos; uma internalização de regras rígidas, com aparente tolerância à frustração, pelo excessivo controle racional. Os limites são escassos quando os pais exercem seus papéis de forma invertida e disfuncional, considerando excessivamente as necessidades dos filhos, em detrimento das suas e da realidade externa. A relação afetiva é inadequada, pois os filhos ocupam um espaço exagerado, “deformando” o espaço dos pais, que acabam sendo uma extensão de seus desejos;a rotina é precariamente estabelecida, pois os pais priorizam os desejos da criança, em detrimento das regras estabelecidas; no aprendizado dos valores morais e éticos, os pais não proporcionam aos filhos os parâmetros necessários à internalização de valores, por suas atitudes sempre condescendentes com seus desejos;a hierarquia é invertida, onde os pais agem como “filhos” e os filhos como “pais”;as regras e frustrações são escassas, não favorecendo aos filhos a noção de causa e efeito. Como conseqüência de uma relação baseada em limites escassos, favorecemos aos filhos uma imaturidade emocional ;desorganização temporal e espacial; internalização de valores morais e éticos precários ; mais direitos que deveres; uma precária internalização de regras e baixa tolerância à frustração, mantendo-se heterônomos, dependentes e exigentes. Finalizando, a adequada colocação de limites com uma predominância dos limites coerentes estruturando as relações, favorece o caminho da dependência para a independência, do absoluto infantil (onipotência) para o relativo da vida adulta (potência), em que a pessoa já internalizou regras e valores (autonomia) e pode responsabilizar-se pela própria vida, respeitando a si mesma e ao outro (amadurecimento emocional). Este texto é um resumo do livreto de Orientação Psicológica "Limites" de autoria das psicólogas Alcione Candeloro Falco e Marília Candeloro Cunha.Se houver Interesse pelo texto integral, entrem em contato pelo email
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