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A vida é assim mesmo
(Joâo Magalhães)

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A cascavel deu o bote e Carminho correu para Alzira, gritando. Foram duas horas de agonia e dor. Finalmente, apertando o rosto da mãe contra o seu, ele fechou os olhos. A fazenda Anhaçu fica a um dia de Boa-Vista, a progressista capital de Roraima. É bonita de ver. Um mundo de igarapés a circundeia. Ao longo de seus campos sempre úmidos pelas chuvas, crescem imensos buritizais. Alzira gostava daquele cheiro de mato. Sentia-se radiante quando saía a cavalo, com Carminho na garupa. A mágoa, o rancor, a culpa, o medo, todos os pesadelos que a atormentavam noite e dia, desfaziam-se enquanto ela galopava a esmo pela magnífica paisagem. Só naqueles instantes esquecia o passado: os anos felizes de sua pré-adolescência no Rio de Janeiro e o tempo cruel em que ficou no baixo meretrício de Boa-Vista, durante quase toda sua gravidez. Alzira vivia em Anhaçu há dez anos. Nela, Carminho nasceu. Foi um momento de muito pânico, mas também de gratidão, quando o bebê deslizou por suas pernas e, estapeado pela água fria do riacho, choramingou. Alzira olhou para as árvores ao seu redor, para o céu e agradeceu. A Natureza tinha feito seu parto. Carminho cresceu como um caboclo. Aos sete anos, conhecia cada pedaço de chão de Anhaçu e das terras vizinhas. Era um menino esperto, inteligente. Olhos castanhos, grandes, iguais aos da mãe. Há duas semanas, Alzira tinha feito planos. Ia levá-lo para Boa-Vista. Lá, ele faria o primário e o ginásio. Depois, ela daria um jeito de mandá-lo para o Rio – segundo grau, faculdade. “O garoto”, pensou, “seria publicitário, como o pai”.



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