BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Romance de lobos (Comedias Bárbaras, 3)
(Ramón del Valle Inclán)

Publicidade
Curioso mundo o que Vale Inclán se lavrou
a estas alturas. Além de sua concepção de teatro libérrimo, cinematográfico e
de cotações primorosamente literárias e do sempre presente galleguismo de bruxas
e santa campanha, e também de camponeses, pescados e vegetação fria e úmida,
encontramos aqui uma curiosa ânsia de redenção dos oprimidos, que se você viu
de algo que às vezes parece anarquismo ou comunismo e outras de nazismo, de
messianismos elitista e a científico, de maneira que o único que claramente se
rejeita é o liberalismo capitalista.
O portador deste espírito é a personagem protagonista, dom
Juan Manuel Montenegro, "o velho linajudo" que ao ter notícia que sua
esposa, a que ele tantas vezes atormentasse e humilhasse de mil atitudes, está
a ponto de morrer, sofre uma crise espiritual. Em primeiro lugar, vê o
conglomerado fantasmal conhecido como a santa campanha e tem a premonição que
sua morte se aproxima. Depois, convence a uns pescadores para que lhe levem por
mar, apesar da tempestade, para chegar antes ao lugar onde sua esposa agoniza.
Ele descerá do navio antes de chegar e graças a isso evitará naufragar e
perecer com a tripulação. Ao chegar ao lugar, a mulher já morreu e só encontra
a cinco de seus seis filhos (ao outro, o chamado Cara de Prata, o bonito e
razoável, se lhe supõe na guerra carlista), tratando de arrasar as pertinências
de sua mãe, enfrentando vezes os uns com os outros. "O velho
linajudo" abomina deles. Nega que suponham sua continuidade, lhes insulta
constantemente. No entanto, para evitar que "acabem na forca", lhes
presenteia as pertinências que tanto buscam e a mansão que ultimamente ocupava
a mulher. Também rejeita a seu ex-amante e afilhada, Sabelita, que vinha a ver à
morta.
Dom Juan Manuel manda que abram a derruba e o ataúde de sua
mulher e decide ficar na cripta em espera da morte. No entanto, o lugar se
cheia de mendigos e vagabundos e decide pôr-se à frente deles em plano
redentor: "O dia em que os pobres se juntassem para queimar as
sementeiras, para envenenar as fontes, seria o dia da grande justiça... Esse
dia chegará, e o sol, sol de incêndio e de sangue, terá a faz de Deus. As casas
em chamas serão fornos melhores para vossa fome que fornos de pão”.
Em uma última e alucinante cena, dom Juan Manuel ao frente de
uma turfa de mendigos, se dirige a ver a seus filhos com a intenção de
arrebatar-lhes o que lhes deu, o que não merecem. "Sou um morto que deixa
a sepultura para maldissesses". Em um intercâmbio de golpes com um de seus
filhos, o aristocrata cai inerte enquanto os mendigos se retiram temerosos,
rezando.



Resumos Relacionados


- A Arte Da Politicagem

- Auto Da Barca Do Inferno - Cena Dos Quatro Cavaleiros

- O Cemitério

- Citações Sobre JustiÇa

- Boizeblog = Http://boizebu.blogspot.com/



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia