O Populismo na Sociedade Brasileira (2)
(Luiz Reznik)
Jaguaribe, escrevendo dez anos antes de Germani, sublinha traços semelhantes em sua análise sobre o populismo. Em primeiro lugar, o caráter anômalo do fenômeno (em Jaguaribe, “não autêntico”). Essa situação se devia à assincronia das transformações sociais, econômicas e políticas em uma época de transição. Embutido no diagnóstico, a visualização do futuro democrático: a ação política mediada por partidos ideológicos. (um parêntesis se faz necessário: ideologia para Jaguaribe é a condensação de uma proposta progressista condizente com a fase em que o país se encontra. Neste caso trata-se da ideologia do desenvolvimento nacional, que requeria uma aliança policlassista entre a burguesia industrial, o proletariado urbano e os quadros técnicos da classe média/ a intelligentzia.[1]) Em segundo lugar, o fato do populismo amadurecer em um espaço político não institucionalizado, instando a emergência de uma “liderança popular de massa”. O caráter de manipulação está presente: massas amorfas, sem consciência de classe.
[1] Uma boa caracterização se encontra em Nacionalismo na Atualidade Brasileira, RJ: ISEB, 1958.
Resumos Relacionados
- Paulo Freire E O Nacionalismo Desenvolvimentista
- A RevoluÇÃo De 1930: História E Historiografia
- Aparelhos Ideológicos Do Estado
- A Ditadura Do Proletariado.
- Francisco Weffort - Vida E Obra
|
|