BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Vigiar e Punir
(Michel Foucault)

Publicidade
O escritor e filósofo francês, Michel Foucault, debruça-se em "Vigiar e Punir", obra publicada em 1975, sobre o tema do suplício, método espúrio usado até finais do século XVIII para levar a cabo as condenações à morte, sobre os diferentes procedimentos adoptados para a sua substituição, e sobre a influência que tem o poder do olhar, da visibilidade, nestes capitais momentos sociais. [BR]Coincidindo com o florir do iluminismo, bem como com a descida da taxa de mortalidade, Foucault apresenta o crescimento humanista, causado pela consiencialização social então adquirida e até aí muito obnubilada, como possibilidade estatística para o fenómeno transitivo entre os dois tipos de cárcere, sem que nesta teoria esgote a sua opinião neste tema, que se extende num complexo capítulo. [BR]O poder perverso proveniente da visibilidade, aspirando a um controle totalitário, uma espécie de "voyeaurismo" embrionário, que a geração vindoura, a nossa, a do "big brother" vem confirmar, é postergado propositadamente pelo autor, sendo apenas concedido ao leitor a hipotese de com esta realidade tomar contacto. E neste método paradoxalmente presente e velado assentam várias teorias, que nos quatro capítulos são aprofundados. [BR]Funciona o poder invertido da visibilidade no capítulo do suplício através da figura e actuação do rei, que abdica da presença nas "festas" que o suplício proporcionava, sendo agora a ocultação da sua figura, a imortalização da sua presença, o mais veemente modo de expor o poder. [BR]Para além do suplício, o autor debruça-se nos decorrentes capítulos sobre a situação nos Hospitais, nas escolas, na vida militar e nas prisões. Na instituição hospitalar, é então criada a figura do enfermeiro, para perpectuar o acompanhamento do doente, visto serem cíclicas na época, por vezes semanais apenas, as visitas dos médicos aos seus pacientes. [BR]Nas escolas passa a existir uma individualização do método de ensino, um constante acompanhamento do professor, figura central e incontactável até então, alargando a todos o conhecimento, a visibilidade. [BR]A tropa foi outro dos meios cuja mudança da visibilidade veio revolucionar. Deixa a força militar de ser apenas uma elite, em que apenas os melhores a ela se poderiam juntar, alargando-se o seu método de selecção, através do trabalho com os novos recrutas por parte dos oficiais competentes, que constantemente os acompanhavam e treinavam. A iminência da explosão capitalista é aqui também mencionada como factor impulsionador desta mudança, visto passar a haver um racionamento do material disponível, um aproveitamento total das possibilidades ao dispor. [BR]Na prisão nasce o mais emblemático símbolo deste movimento da visibilidade perversa, na perversidade do poder. É criado o encarceramento, em que o homem preso pagará desta forma a sua dívida à sociedade pelo crime cometido, e onde é possível racionar o seu físico para produção, em trabalhos na terra ou de outro tipo. E aí surge o panóptico. Num modelo arquitetónico minuciosamente criado, a prisão é então constituída por um edifício central, uma torre, circundada a toda a volta por outra edificação, onde ficam os prisioneiros. Com a posição das autoridades na torre, em que podem ver sem ser vistos, uturgam-se a possibilidade de estabelecerem, desta forma, um contacto visual permanente com os reclusos, efectivando até à perversão o controle prisional. [BR]Pertinentemente ilustrado com fotografias demonstrativas destes edifícios, bem como de cárceres impressionantes, "Vigiar e Punir" é um marco da filosofia, e das mais coerentes e brilhantes obras do autor.



Resumos Relacionados


- Vigiar E Punir: Nascimento Da Prisão - Parte Iii E Iv

- Vigiar E Punir

- Vigiar E Punir - 3º Parte

- Vigiar E Punir: Nascimento Da Prisão - Parte I E Ii

- Michel Foucault: Principais Idéias



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia