http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/tetxt4.htm
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Repensando as situações de aprendizagem: o fazer o e o compreender.
Uma questão preliminar que o texto traz é o da compreensão conceitual entre o que é o fazer e o que é o aprender. Fazer é uma resposta “mecânica” a estímulos, aprender é ter consciência dos processos envolvidos “no fazer”. Dessa forma o conhecimento, muito mais do que um conjunto de conteúdos aprendidos e apreendidos é algo que já não pertence mais a quem o possibilitou, mas é um saber que foi apropriado e tornou-se pessoal.
Neste contexto é fundamental o papel desempenhado pelo facilitador (o professor) do processo de aprendizagem. Ele possibilitará a interação na construção do conhecimento, pois estes “necessitam do auxílio de indivíduos mais experientes, que possam facilitar o processamento da informação ou a sua organização, de modo a tornar esse processo mais acessível”.
Aqui surgem alguns entraves: o primeiro deles é o de como facilitar este processo de aprendizagem se, nem sempre, o próprio facilitador tem compreensão do contexto em que está inserido? No “mundo da informática” e “da internet” isto é bem claro, uma vez que, não “dominamos” este ambiente tão amplo, que vive sobre múltiplas influências e constantemente se renova.
O segundo decorre do primeiro e é seu fundamento. Para compreender é preciso antes aprender; aprender não só a mexer na máquina, mas também com a máquina. Como recurso para o processo de aprendizagem ela precisa ser desvendada e operada com competência.
O terceiro e talvez mais importante entrave seja: o facilitador tem consciência da necessidade de que é preciso aderir ao uso dessas novas tecnologias? Está disposto a abrir mão da “segurança” dos seus “conhecimentos acadêmicos” e lançar-se na aventura de ter que reaprender com as novas gerações?
Como podemos ver as questões levantadas são enormes. Todavia, precisam ser respondidas sob pena de comprometer todo o processo de ensino-aprendizagem.
A segunda parte do texto deixa claro que “é impraticável pensarmos que tudo o que uma pessoa deve saber tenha que ser construído de maneira individual, sem ser auxiliado”. A construção do saber é algo coletivo onde as informações obtidas ou aprendidas precisam ser re-elaboradas, apreendidas e possam verdadeiramente tornar-se conhecimento adquirido.
O trabalho em equipe aqui é de suma importância, pois na aquisição do conhecimento o aluno não aprende e/ou apreende conceitos disciplinares estanques ou independentes, mas adquire uma realidade conjunta, múltipla que envolve situações emocionais e sociais.
A interdisciplinaridade, sob a ótica do texto, é o “carro chefe” nesta produção. Estamos preparados para trabalhar em conjunto? Estamos dispostos a mergulhar de cabeça num terreno que nos é desfavorável porque nos é desconhecido? Abrir mão da “minha disciplina” em prol de um conhecimento que poderá ser produzido por outros caminhos que não sejam os convencionais?
O desenvolvimento de projetos educacionais coloca o mediador/facilitador numa situação também de aprendiz. O aprendizado é o mesmo para o professor e o aluno. A diferença reside no fato de que pela experiência adquirida o professor “controla”, articula os interesses e as dificuldades ajudando-os no processo de aquisição do saber, aprendendo também com ele. Temos ainda, condições para recriar nossas práticas pedagógicas? Estamos dispostos a fazê-lo?
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