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Abobrinha fica mais saborosa em épocas secas
I
As atuais ondas de ar seco não trazem muitos motivos para comemorações.
Entre outros transtornos, fazem a qualidade do ar piorar e diminuem o
nível de água nos reservatórios. Mas, para os apreciadores da
abobrinha, a baixa umidade atmosférica tem ao menos um lado positivo.
"É ideal para o ingrediente, que fica especialmente saboroso nessa
época", diz Alessandro Nicola, professor de gastronomia do Centro
Universitário Senac.
Boa hora, então, para aproveitar o vegetal que, talvez por ser tão
comum e ter sabor extremamente suave, muitas vezes passa despercebido à
mesa.
Maria do Carmo/Folha Imagem
Salada quente de abobrinhas e caranguejo do restaurante Raffaele, de São Paulo (SP)
Mas a abobrinha não é tão trivial assim e tem lá seus paradoxos.
Para começar, apesar de ser tratada na culinária como um legume,
biologicamente é considerada um fruto. E, embora seja relacionada à
cozinha mediterrânea e, particularmente, à italiana, é originária das
Américas.
Da mesma família que a melancia e o pepino, tem inúmeras variedades.
As mais conhecidas por aqui são a brasileira (ou menina) e a italiana
("zucchini"). "A italiana é mais doce e mais firme. Mas, basicamente,
as formas de preparo e o sabor são os mesmos", diz Nicola.
Versátil, o ingrediente pode ser preparado de quase todas as
maneiras --serve até para fazer doces. "Nos EUA, eles fazem o ''zucchini
bread'', um bolo que leva também nozes e chocolate, e o resultado é
surpreendentemente bom", conta Nicola.
Crua, entra em saladas. Cortada em lâminas e frita no azeite, é um
antepasto popular. Além, é claro, de ser indispensável em receitas
tradicionais, como o "ratatouille" francês ou a abobrinha recheada com
carne moída da cozinha árabe.
Até suas flores são comestíveis. Quando firmes e apenas
entreabertas, podem ser empanadas em uma massa leve, quase um tempurá.
"É um prato popular na Itália", diz o chef Rafael Lemos de Almeida.
No Brasil, a flor da abobrinha é pouco usada na culinária: por ser
muito frágil, sua comercialização é complicada, o que a torna rara no
mercado. A solução é plantar abobrinha no quintal, se você tiver um. O
cultivo é tido como fácil, e a produção costuma ser abundante.
De acordo com a nutricionista Lara Natacci Cunha, da USP
(Universidade de São Paulo), a abobrinha é composta basicamente de água
(o líquido representa 93% de sua composição). "Ela também possui alguns
minerais, como cálcio e fósforo, e uma certa quantidade de vitaminas A,
C e do complexo B, além de ser bem pouco calórica (27 calorias/100 g)",
diz Cunha.
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