BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A Fantasia Inconsciente de Retorno ao Útero
(Antonio Carlos Pacheco e Silva)

Publicidade
A Fantasia Inconsciente de Retorno ao Útero
Sua importância no cotidiano, nos mitos e na situação analítica – Antonio Carlos Pacheco e Silva
O texto cita vários exemplos do impulso humano de retorno ao útero, como desejo de proteção. Ao mesmo tempo, como evidencia o poema "Cemitério Marinho", de Paul Valéry, o mesmo sistema hermeticamente fechado e perfeito, representação do paraíso (útero), que nutre plenamente a vida, é simultaneamente um túmulo. Ou seja, a fantasia de retorno ao útero está ligada à predominante pulsão de morte no indivíduo psicótico (o texto cita "alguns esquizofrênicos").
O autor refere o comportamento das crianças em geral e suas brincadeiras com cabanas e ninhos como representação do retorno ao útero. Pode-se observar a preferência de crianças de até três anos por embalagens grandes de brinquedos como esconderijo, por exemplo, fazendo dessas caixas o próprio brinquedo. Assim, uma das formas de introdução na cultura (Complexo de Édipo – Sigmund Freud), que seria por meio do brincar com outras crianças, parece ser substituída, às vezes, pelo simulacro do retorno ao útero.
A necessidade de abrigo, proteção, retorno ao útero fantástico, fantasioso e fantasmático, na forma de caixa, na infância, continua posteriormente? Na fase pré-adolescente (retorno de Édipo), a explosão hormonal e os ritos de passagem para a vida adulta, considerando mais as estruturas limites entre neurose e psicose (borderline) e psicóticas, o retorno ao útero, esta espécie de alienação/proteção, seria representada de alguma forma pela drogadição?
Outra questão que o texto não contempla, mas sugere a mim como possibilidade para novos desenvolvimentos é o da "caixa-útero" que contém tudo, no que ela se assimila a um computador. Como o ensaio foi escrito em 1994, portanto no início da disseminação dos PCs mundialmente - e no Brasil mais lenta e não tão abrangente a todas as classes, por questões econômicas -, o texto não avalia os porquês do interesse das crianças e sua habilidade inata para lidar com essas máquinas.
Não se sabe, por exemplo, o impacto que o computador e seu efeito alienante do entorno real podem causar à criança. Seria o PC um substituto virtual do útero? Por outro lado, o universo inscrito por códigos da cultura, aberto pelo PC, talvez se configure como via de corte para o Complexo de Édipo. Ainda assim, seria a substituição de um útero por outro? O autor cita contos infantis que tentam dar conta das fantasias de regressão: "Nesse espaço fechado, vivo só comigo mesmo", ou seja, intenção pré-Edipiana que, se não for interditada pelo que se denomina em psicanálise pelo "Em nome do Pai" (neurotização), pode levar à continuidade do estado psicótico inicial (considerando-se só a questão psíquica e ambiental na psicopatologia).
Antes, porém, o autor lembra o mito do labirinto (e o associa ao útero), de onde Dédalo e Ícaro fogem voando. Que fim levou Dédalo? Já Ícaro eternizou-se na cultura como o mito que regressa à origem ("mãe-terra", retorno ao útero?), e morto, porque a cera que unia asas e corpo derretera. E o sonho do vôo humano (liberto do útero, cindido da mãe) foi realizado pela máquina - metaforicamente, pelo outro. "O herói existente na mitologia universal é aquele capaz de se voltar inteiramente para fora (independência) realizando feitos cantados em prosa e verso. Mata monstros suscetíveis de serem tomados não só como figuras paternas, mas, creio, principalmente maternas no seu lado perigoso, projeção dos temores de dependência", diz o autor.
Essa dependência e todos seus reflexos merecem ser estudadas mais profundamente em um cenário de rearranjos familiares, por um lado, promovido pela independência econômico/financeira da mulher, e por outro pelas possibilidades oferecidas pelos avanços teconlógicos em reprodução humana, ambos fatores descartando a presença paterna. Essa nova mulher reforça o vínculo psicótico com o filho? Talvez, afinal, ao longo da história muitos pais foram ausentes: "eram filhos também à procura de uma mãe", refere o texto, ou "insuficientes no papel simbólico que lhes cabia".



Resumos Relacionados


- O Útero Tem Células-tronco

- Medicina Alternativa Ii

- Prevenção Do Cancro Do Colo Do Útero

- Papilomavírus Humano

- Como Funciona O Anticoncepcional ?



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia