Resumo de As publicações electrónicas dentro da comunicação cientifica

O texto, de Marcelo Sabbatini, datado de 1999, mantém actualidade, uma vez que a matéria em discussão ainda se encontra em aberto e em constante desenvolvimento até aos dias de hoje. O autor no início do texto aponta desde logo para uma definição de publicação electrónica, para melhor entendimento do leitor. Expondo de seguida as vantagens das publicações electrónicas cientificas, para os editores, utilizadores, bem como das desvantagens que o uso destas acarretam. Traça um breve panorama histórico, no que concerne à utilização e divulgação da Internet, como ferramenta essencial de pesquisa nos centros de pesquisa, universidades e em casa, bem como do surgimento das publicações electrónicas, como ferramentas de intercâmbio de informações cientificas e o seu gradual aumento e acesso. Identifica duas categorias, que ainda se encontram vigentes, de publicações electrónicas, a edição “online”, aquela que reproduz electronicamente o conteúdo de uma revista já existente em formato impresso e os periódicos de raiz puramente electrónica. São a partir de certas características que irão se estabelecer as estratégias adequadas para o estabelecimento de preços e reconhecimento académico de publicações electrónicas.Existe actualmente um consenso em que estamos a viver um período de transição entre o modelo baseado na publicação impressa e o modelo puramente electrónico. Ainda vivemos arreigados à cultura do suporte de papel, e tudo aquilo que não é palpável, que não é físico é como se não existisse, é simplesmente uma questão cultural milenar. Ainda durante a segunda metade dos anos 90 outras questões colocaram-se, no que diz respeito à publicação electrónica como ameaça à ordem vigente do processo de comunicação académica, enquanto sistema sócio-tecnologico. Bem como ainda, ao facto de os pesquisadores publicarem não só para se comunicarem com os seus pares, mas também para verem reconhecidos os seus feitos, ou seja, para obter reconhecimento profissional; certificação do seu trabalho, a fim de poderem comunicar com esteja interessado no seu trabalho. Do ponto de vista económico, as publicações científicas electrónicas são questionadas, devido à participação das instituições de pesquisa, os pesquisadores, as editoras comerciais e as bibliotecas académicas. Neste aspecto, a publicação electrónica é revolucionária na medida que possibilita a eliminação do papel do editor comercial, ou seja, a publicação é realizada pelos próprios pesquisadores. Uma outra questão é colocada, trata-se do processo de avaliação dos pares, enquanto forma de certificação de qualidade académica. Esta questão torna-se num ponto importante na aceitação do modelo electrónico de publicação. Uma vez que as publicações electrónicas enfrentam o estigma de serem consideradas de menor prestigio do que as publicações impressas (tradicionais ou convencionais), o que só dificulta a sua implementação, desenvolvimento e o seu próprio processo de afirmação e de aceitação. Outra questão importante, a do conceito de autoria (open peer review), ou seja, os papéis intermediários deixariam de ter menos autoridade e por conseguinte o sistema de avaliação e reconhecimento também ele teria de ser adaptado a esta nova realidade, o que não se apresenta como fácil, mas bastante difícil e moroso. Assim, surgem várias posições dentro do mundo académico em torno desta questão. Há quem tenha identificado problemas que tornarão o processo de transição do modelo impresso para o electrónico mais lento, na medida em que há dificuldade em se estabelecer mecanismos de controlo de acesso; dificuldade em desenvolver modelos económicos pagos de publicações electrónicas. A digitalização dos documentos e livros, acarretam despesas, sendo também um processo complexo e com dificuldades legais, que impedem as bibliotecas de converter as suas colecções à forma digital. No entanto hoje em dia, nas principais Bibliotecas este é um processo que tem sido realizado amiúde. Exigiria dos editores investimentos altos em sistemas sofisticados de publicação; das bibliotecas e instituições de ensino, investimentos igualmente grandes em infra-estruturas de redes de computadores. Actualmente já houve um grande passo nesse sentido, para a adaptação e desenvolvimento, uma vez que é inevitável que aconteça, apesar de ainda nos encontrarmos em processo de transição. Outro problema, a dificuldade de implementar-se a protecção do direito de autor, será um entrave que dificulta o desenvolvimento e a implementação completa deste modelo. A publicação electrónica é já uma realidade à qual não se pode fugir, como foi referido atrás, e reconhecer que esta alternativa constitui uma ferramenta essencial de pesquisa. No entanto, todos concordam em admitir que a publicação electrónica apresenta modelos de complementação em relação às publicações impressas, no que diz respeito à disponibilização da informação ao utilizador; no controle e armazenamento dessa informação. Permite o uso de multimédia (áudio, vídeo gráficos, figuras), o que enriquece a publicação como meio de informação privilegiado. São criadas novas capacidades (citações dinâmicas). A adopção de bases de dados bibliográficas electrónicas que registam e indexam a literatura cientifica, o que leva à representação do mecanismo de controlo da promoção e visibilidade das publicações cientificas. A economia das publicações electrónicas, ou seja, os custos de impressão e distribuição deixam de existir (com a adopção de mecanismos de armazenamento puramente digitais). No entanto, surgem questões que ainda se mantêm, no que concerne à segurança e à integridade da informação. Este é um problema colocado a nível global do contexto da Internet e dos seus conteúdos. Actualmente todas estas questões estão a ser revistas, ponderadas e o avanço tecnológico e a nova realidade digital é o presente e será o futuro não muito longínquo.

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