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O medo, emoção básica?
(Terencio B. Gioia)

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Resumo e comentários
"A inquietude angustiada é o motor da evolução em sua forma psíquica... é um fenômeno natural" (Diel, 1956, pág. 16).
Segundo o autor e citações de outros autores, entre os quais Sigmund Freud e Melaine Klein, na origem do medo e da angústia está o instinto de morte. Questões filogenéticas, ocorrências durante a gestação e depois, durante a vida (ontogenéticas), podem reforçar ou reduzir esse instinto de morte. Em psicanálise, medo é angústia, portanto o medo assume diversas nuances, dependendo das ameaças que se apresentam, internas ou externas.
Nos animais, o autor mostra que o medo ocorre muito mais por ameaças externas, cujas respostas são instintivas. De acordo com a etiologia animal, o autor observa polaridade de condutas diante do medo: reação ofensiva, enfrentamento e acercamento agressivo ao objeto; e reações de defesa como paralisação, retirada ou fuga. Raiva e agressão são consideradas positivas, enquanto a paralisação é vista como negativa. Mas, tanto a raiva quanto o medo são consideradas como estados de preparação do organismo para enfrentar situações desconhecidas.
O medo interespecífico é experimentado ante seres de outras espécies, por meio de percepções sensoriais, e o medo inato e o hábito revelam que as experiências antes desconhecidas e que se repetem acabam se incorporando à rotina do animal, que passa a não reagir mais a elas. Já o perigo potencial aponta o medo em relação a fatores de riscos reais, em que uma reação de alarme e medo é desencadeada por um estímulo-signo indicativo de que o indivíduo se encontra em provável situação de risco.
Já o medo (ou angústia) humano está relacionado à pulsão de morte e a ansiedades de origem sexual, diz o autor, citando Freud (1894). O acúmulo de energias psíquicas libidinal e proveniente do instinto de morte intensificam a angústia, uma vez que este medo não pode ser extravasado como agressividade. Esse tipo de angústia, o medo por projeção no objeto, no entanto, não corresponde ao conceito de medo inato - este é um medo desencadeado por motivos inatos, determinados por adaptação filogenética. A fantasia de castração, atualizada por situações reais, é outra fonte de medo.
Autores pós-pfreudianos, seguidores de Klein, enfatizam fatores inatos na determinação do medo e da angústia persecutória. São medos secundários porque derivam da atuação do instinto de morte dentro do organismo e dos ataques sádicos do sujeito ao objeto. Conforme A. Montagu, os quatro impulsos primários humanos são medo, nutritivo, sexual e agressivo. Essas disposições instintivas não aparecem como força constante. São provocadas por situações externas e por isso diferem da angústia - que não aparece sempre relacionada a estímulos externos e tende à constância na medida em que emerge de condições internas.
A expressão do medo no ser humano é inata e segue um padrão de sobressalto: palidez e temor generalizados, fechamento dos olhos, flexão dos dedos, contração do abdômen etc. A relação afetiva entre o bebê e a mãe (e o medo da separação do cuidador) é um tipo de angústia que acompanha os indivíduos por toda a vida. Por isso, o medo, a solidão e o asilamento reforçam os vínculos grupais. "O gênero humano recebeu a faculdade de amar ao próximo mediante o amor à mãe". Os demais vínculos ao longo da vida, portanto, se pautarão pela repetição do vínculo afetivo primário.
Por fim, o autor lista as diversas condições subjetivas e objetivas que propiciam o medo nos humanos: percepção e avaliação adequadas dos perigos e intenções do objeto ou da situação; observação da atitude temerosa de um adulto significativo, por parte da criança, sua identificação com ele no sentido perigoso, condição que pode ser mudada por experiências posteriores; detecção de intenções e procedimentos hostis por parte de figuras significativas de sua história, e uma vez que esta memória é evocada atribui a outros objetos o mesmo potencial de ameaça dos objetos primários; o indivíduo experimenta conscientemente intenções hostis e teme, com razão, a mesma atitude por parte do objeto; o sujeito, aparentando atitude amistosa, na realidade abriga intenções inconscientemente hostis, que atribui ao objeto - é para esta única situação que se reserva, a rigor, a denominação de projeção; exposição do indivíduo repetidas vezes a situações de perigo potencial, o que o leva a dar respostas temerosas, enquanto pessoas não traumatizadas podem viver as mesmas situações sem considerá-las tão críticas.



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