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Os Impactos Sociais da Velhice
(Mário Augusto; Jerson)

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Os Impactos Sociais da Velhice A demografia e socióloga Ana Amélia Camarano, 50, coordena as pesquisas feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nas áreas de população e família.
A conversa é instigante e traz informações importantes sobre a condição dos idoso e as distorções existentes nas, aposentadorias e privilégios no país personalista chamado Brasil.
Nos últimos 50 anos, o número de idosos saltou de 2 milhões para 14 milhões de pessoas.
Hoje nós podemos dizer que o Brasil tem uma população de meia idade, porque o grosso da população tem entre 30 e 60 anos.
Então, esse é o envelhecimento pela base, ou seja, você tem um peso maior da população nas idades mais avançadas porque reduziu a base. E, simultaneamente, o que para mim é o movimento mais importante é o envelhecimento pelo topo. O que é isso? A população que está chegando lá nas idades mais avançadas está vivendo mais. Está vivendo mais e melhor. Essa é para mim a grande transformação: a queda da mortalidade. É o que faz com que cada vez mais gente chegue lá. A longevidade aumentou. Por isso eu costumo falar que nós não estamos envelhecendo, nós estamos rejuvenescendo, porque quem tem 70 anos hoje é porque tinha 50 a vinte anos. Vejamos a Fernanda Montenegro que tem 73 anos. Você imaginaria 20 anos atrás que uma pessoa de 70 anos viveria assim? Tanto que eu costumo dizer que o conceito clássico de velhice ficou velho. Porque o velho não é mais o que a gente tinha idéia: uma pessoa fisicamente dependente, incapaz, pobre. Não é mais assim. Modifica o perfil da demanda. Porque havia muita demanda de serviços de pediatria, de creches, escolas. Você modifica o perfil.
Mas, no caso da previdência, os idosos são os grandes problemas? Eu acho que esse é outro engano. Claro que você tem mais gente idosa e gente vivendo mais. Agora, o que acontece é que o nosso modelo de previdência que é o modelo da Europa Ocidental, dos EUA, são modelos desenhados no pós-guerra, onde havia emprego, as pessoas se aposentavam e ficavam pouco tempo aposentados porque morriam logo. Então, esse modelo está falido. Esse cenário mudou. A nossa política social é toda ligada ao trabalho. A Constituição de 88 mudou um pouco, mas até então só tinha direito ao benefício da Previdência quem trabalhava.
E isso não pode mais. Nós estamos caminhando para um mundo sem trabalho. Idade Ativa - A senhora falou em receita e financiamento. Idade Ativa - Mas as contas não batem... Não batem, mas, e daí? O governo complementa, qual é o problema? Claro que as contribuições não vão dar para cobrir todas as despesas. Eu não estou nem falando de sonegação, estou imaginando a gente num mundo perfeito, onde tudo funcionasse direitinho, mas as contribuições não são suficientes. Então, o governo, claro, tem que complementar. Eu não acho que isso vai ser um problema, quer dizer, isso é uma escolha política. Por que você complementa os recursos dos bancos para não falirem, entendeu? Eu não acho que isso é bom ou ruim, mas uma escolha política. Quanto se quer gastar? Como é que a sociedade e o Estado querem gastar o dinheiro? A contribuição sozinha não dá, se bem que não está dando no mundo inteiro, mas não está dando porque nós temos um modelo de 50 anos atrás, completamente longe da realidade. Idade Ativa - Sem a aposentadoria por tempo de serviço, os servidores públicos passariam mais tempo contribuindo, mas isso não prejudicaria a transição de mão-de-obra que deve haver no mercado de trabalho? Esse é um grande dilema que envolve a idade mínima de aposentadoria e a aposentadoria compulsória. A aposentaria também é usada como mecanismo para regular o mercado de trabalho. Mas, no caso do Brasil, não! Porque, no Brasil, o aposentado pode voltar ao mercado de trabalho. Não há nenhuma legislação que restrinja esse movimento, pelo contrário, os aposentados recebem incentivos para voltar.
Você paga por fora para um sistema privado e faz um outro fundo para complementar a sua aposentadoria. No modelo inglês, por exemplo, a aposentadoria pública é mais ou menos igual para todo mundo. Quem quer mais contribui para um fundo de previdência privada ou complementar. No Brasil, para se aposentar com o teto máximo do INSS (no setor privado) – que é de nove salários mínimos –, o interessado tem que contribuir sobre um valor de dez salários mínimos. Agora, quanta gente que pode, contribuindo sobre dez salários, ainda pagar um plano de previdência complementar? Idade Ativa - Quais são as suas conclusões? Qualquer avaliação da política de Previdência tem que levar em conta os impactos sobre a renda da família porque 9% da população são idosos, mas 26% das famílias brasileiras têm, pelo menos, um idoso em casa. Então, essa renda do benefício vai para o indivíduo e é redistribuída dentro da família. A família é uma unidade de distribuição de renda e os nossos estudos mostram que, com essa volta dos filhos adultos para casa e dos netos, os benefícios da Previdência ocupam um papel muito importante na renda.



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