Grande Sertão: Veredas, 
(Guimarães Rosa)
  
Em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa faz uma recriação da linguagem, "recondicionando-a inventivamente, saindo do lugar-comum a fim de dar maior grandeza ao discurso. Nu da cintura para os queixos (ao invés de nu da cintura para cima) e ainda Não sabiam de nada coisíssima (no lugar de não sabiam de coisa nenhuma) constituem exemplos do apuramento da linguagem roseana.                   Toda a narrativa é marcada pela oralidade (Riobaldo conta seus casos a um interlocutor), portanto, sem possibilidades de ser reformulado, já que é emitido instantaneamente. Ainda tem-se as dúvidas do narrador e suas divagações, onde é percebido a intenção de Riobaldo em reafirmar o que diz utilizando a própria linguagem.                  O falar mineiro associado a arcaísmos, brasileirismos e neologismos faz com que o autor de Sagarana extrapole os limites geográficos de Minas. A linguagem ultrapassa os limites "prosaicos"para ganhar dimensão poético-filosófica (principalmente ao relatar os sentimentos para com Diadorim ou a tirar conclusões sobre o ocorrido através de seus aforismos).   AFORISMOS  1- Viver é muito perigoso2- Deus é paciência3- Sertão. O senhor sabe: sertão onde manda quem é forte, com as astúcias.4- ...sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar.5- ...toda saudade é uma espécie de velhice6- Jagunço é isso. Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase tudo para ele é o igual.7- Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver.8- Viver é um descuido prosseguido.9- sertão é do tamanho do mundo10- Vingar, digo ao senhor : é lamber, frio, o que o outro cozinhou quente demais.11- Quem desconfia, fica sábio.12- Sertão é o sozinho.  13- Sertão : é dentro da gente.14- ...sertão é sem lugar.15-Para as coisas que há de pior, a gente não alcaedil;a fechar as portas.16- Vivendo, se aprende ; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.17- ...amor só mente para dizer maior verdade.18- Paciência de velho tem muito valor.19- Sossego traz desejos.20- ... quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade.   ESTRUTURA DA NARRATIVA  I - TEMPO                   Psicológico. A narrativa é irregular (enredo não linear), sendo acrescidos vários casos pequenos.   II - FOCO NARRATIVO                   Primeira pessoa - narrador-personagem - utilizando-se do discurso direto e indireto livre.  III - ESPAÇO                  A trama ocorre no sertão mineiro (norte), sul da Bahia e Goiás. No entanto, por se tratar de uma narrativa densa, repleta de reflexões e divagações, ganha um caráter universal - "o sertão é o mundo".  IV - PERSONAGENS   PRINCIPAL:                Riobaldo: personagem-narrador que conta sua estória a um doutor que nunca aparece. Riobaldo sente dificuldades em narrar, seja por sua precariedade em organizar os fatos, seja por sua dificuldade em entendê-los. Relata sua infância, a breve carreira de professor (de Zé Bebelo), até sua entrada no cangaço (de jagunço Tatarana a chefe Urutu-Branco), estabelecendo-se às margens do São Francisco como um pacato fazendeiro. 
 
  
 
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