CONFIABILIDADE OPERACIONAL
(Nicoletti; J.R.)
O termo “confiabilidade” surgiu na indústria eletrônica dos Estados Unidos, na década de 1950, devido à preocupação com as constantes ocorrências de falhas e com a diminuição da disponibilidade dos sistemas, principalmente militares. Esses fatos levaram o Departamento de Defesa Norte-Americano e as indústrias eletrônicas da época, a criarem um grupo de pesquisa para conduzir estudos sobre confiabilidade de equipamentos.
Como resultado da pesquisa, em 1956 foi lançado o relatório TR-1100 “Reliability Stress Analysis for Eletronic Equipment”, que apresentou os modelos matemáticos para a estimativa das taxas de falhas de componentes eletrônicos. O relatório mostrava as dificuldades associadas com a correlação estatística entre causa e efeito, e foi precursor do Military Handbook MH-217, referência para estudos posteriores no campo da confiabilidade.
A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) vem desenvolvendo sistematicamente requisitos quantitativos de confiabilidade, adotando critérios específicos no projeto de novos sistemas, de modo a assegurar que tais sistemas irão atingir a durabilidade e a vida útil especificados, de acordo com as exigências das diversas missões específicas.
Atualmente, o conceito de confiabilidade operacional vem sendo aplicado, predominantemente, na indústria e na área de sistemas. Com relação à área de facilidades, é importante o conceito da confiabilidade operacional para se atingir a melhor utilização dos recursos de infra-estrutura da empresa. O uso pleno desses recursos, durante todo seu ciclo de vida, visa assegurar que o foco principal da empresa (“core business”) não seja afetado pela falta de disponibilidade da infra-estrutura.
Por outro lado, a gestão da infra-estrutura operacional (ou Gestão de Facilidades), também pode agregar valor, em vez de ser vista tradicionalmente como consumidora de recursos. A agregação de valor pode ser realizada por meio de investimento em projetos, em produtividade e pela visão econômica. O investimento em projetos deve focar a redução dos custos de capital, como, por exemplo, pela melhoria da manutenibilidade, diminuindo o tempo médio dos reparos. O investimento em produtividade poderia ser posto em prática por meio do aumento da confiabilidade, ou seja, aumentando o tempo médio de operação entre uma falha e outra. A visão econômica é proporcionada pela eliminação ou racionalização de investimentos não-estratégicos, que não gerem lucros que justifiquem o investimento de capital, como o custo de estoque.
O grande desafio da Gestão de Facilidades, nesse aspecto, é o de suavizar a taxa de falhas ao longo da vida útil das instalações (ou dos produtos), principalmente as falhas que ocorrem no início ou no final da vida útil.
A confiabilidade operacional está relacionada com o índice de falhas da facilidade, ou seja, com sua probabilidade de falhas. Aí entram os estudos estatísticos específicos.
Um paradoxo interessante para os estudos de confiabilidade operacional é a necessidade de “inputs”, que são os dados históricos das falhas para o aprimoramento e melhoria da acuracidade das previsões estatísticas. Não havendo dados históricos suficientes a respeito de certas falhas específicas da facilidade que está sendo estudada, o grau de incerteza da estimativa estatística se torna maior.
Assim, eventos de falhas experimentados por outros sistemas, ou por sistemas análogos, seriam os únicos dados disponíveis para se estudar a facilidade em questão. Outra maneira de se diminuir a incerteza, é a “garimpagem” de informações a partir da experiência operacional.
Uma vez que um evento gerador de falhas pode destruir todo o trabalho de prevenção e minar a política de gerenciamento de riscos da empresa, uma previsão acurada da probabilidade de falhas torna-se de grande importância para os processos internos da empresa.
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