o vinho
(rebeca)
"O vinho é o mais notável de todos os remédios; onde falta o vinho, os remédios se fazem necessários". Sócrates "O primeiro registro escrito do uso medicinal do vinho: É proveniente do Antigo Egito e encontra-se no museu da Universidade da Pennsylvania. Data de mais de 2000 anos a. C. e foi encontrado na cidade de Nippur. Nele está relatado que na Suméria , próxima da Babilônia, ungüentos eram misturados com vinho pa-ra tratar doenças da pele. Papiros egípcios de cerca de 1500 a.C. relatam o uso do vinho como trata-mento primário para asma, constipação, epilepsia, indigestão, icterícia e depressão1 e os livros doTalmud (500 a.C.- 400 d.C.) documentam o uso medicinal ou afrodisíaco do vinho. Na Índia Antiga (2500 - 2000 a.C.) muitas recomendações do uso medicinal do vinho estão do Rig-Veda e são similares às do antigo Egito.Na Grécia Antiga, Homero, descreve na Ilíada e na Odisséia (850 a.C.) o valor do uso local e sistêmico do vinho no tratamento de ferimentos de guerra. Hipócrates (460 -370 a.C.) o pai da medicina, nascido na ilha grega de Kos, incorporou o vinho no tratamento da maioria das doenças agudas e crônicas, recomendando-o como suplemento dietético na caquexia, como diurético, como purgativo, como antitérmico, como antisséptico em emplastos para prevenir a supuração de ferimentos e ainda na convalescença quando havia depressão. No entanto, ele foi muito específico, inclusive desaconselhando às vezes seu uso e sempre recomendando um vinho particular para um uso particular. Um de seus textos mostra como ele observava o corpo humano com clareza e entendia como os intestinos podiam ser afetados: os vinhos tintos leves são umectantes; eles são flatulentos e passam melhor às fezes... os vinhos brancos ásperos queimam sem secar e passam melhor pela urina do que pelas fezes. Os vinhos novos passam melhor pelas fezes do que outros vinhos, porque estão mais próximos do mosto e são mais nutritivos... O mosto causa gases, agita os intestinos e os esvazia. Hipócrates também observou que "o vinho doce" (isto é, parcialmente fermentado) causa menos peso na cabeça do que o forte e bem fermentado, vai menos ao cérebro, esvazia mais os intestinos, mas causa intumescimento do baço e do fígado. Como o vinho branco forte, passa mais prontamente para a bexiga, sendo diurético e laxante, é de várias formas sempre benéfico em doenças agudas. No entanto, você deveria suspeitar que se houver um excessivo peso na cabeça ou se o cérebro estiver afetado, deve ser total abstinência de vinho." Outra observação interessante de Hipócrates é de como o vinho deve ser bebido: "Nem tão quente, nem tão frio. O uso prolongado de vinho quente leva à imbecilidade e o uso prolongado de vinho muito frio provoca convulsões, rigidez espasmódica, mortificação e arrepios frios, terminando numa febre. Sócrates (470-399 a.C.) e Aristóteles (382-322 a.C.) exaltaram a importância do vinho para a saúde, assim como Platão (428-347 a.C.), que recomendava o uso do vinho especialmente para homens , idosos para "diminuir o amargor da velhice". Asclepíades (124 -40 a.C.), médico grego emigrado para Roma, foi médico de Homero e um dos mais notáveis médicos de sua época. Sabiamente, ele baseava sua terapêutica na restrição dietética, exercícios físicos e consumo de vinhos!Celsus (25 a.C.- 37 d.C.), escreveu sobre as diferentes propriedades terapêuticas dos diversos tipos de vinho, como por exemplo: os vinhos secos e leves para doenças do estômago, os encorpados para nervosismo e os salgados para efeito purgativo na icterícia.Dioscorides (próximo de 80 d.C.), cirurgião do exército de Nero, prescrevia vinho e parece ter sido o primeiro a usá-lo para anestesia. Ele provocava um estado letárgico em seus pacientes mediante o uso de "vinho de mandrágora" e também cauterizava feridas com ele.Galeno (131-201 d.C.), de Pergamon, na Ásia Menor, o maior médico grego depois de Hipócrates, estudou por 12 anos em Corinto e Alexandria e depois foi nomeado médico dos gladiadores em Pergamon. Ele cuidava da dieta e dos ferimentos dos gladiadores e se gabava que nenhum deles havia morrido em suas mãos, o que parece improvável, já que o único recurso de que dispunha para tratar ferimentos horríveis era lavá-los com vinho Ele observou que os ferimentos não sofriam putrefação quando tratados com vinho e que, quando ocorria evisceração, banhando-se as alças intestinais em vinho, antes de recolocá-las no abdome, evitava a peritonite. Galeno elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como "galênicos", a maioria dos quais era composta com vinho. Apesar do trabalho do médico de Nero, Dioscorides, descrevendo as ervas medicinais, a identificação de plantas de uso médico era bastante falha e um bom médico não confiava a ninguém a coleta das plantas que desejava. Galeno, observador e metódico, classificou e usou magistralmente as ervas.
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