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Porque as classes sociais são um obstáculo epistemológico da teoria marxista?
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)

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Na definição do próprio conceito que trago para o debate percebemos que o obstáculo epistemológico é fruto de um pensamento que se naturalizou até se tornar realidade primeira. Os conceitos de habitus e campo seguramente também estão suscetíveis de se tornarem obstáculos epistemológicos pelo pesquisador que os utilize de maneira monolítica, ou como única fonte de recursos heurísticos. O fato é que os pesquisadores que partem de uma sociologia relacional, a qual não se prende nem ao estruturalismo metodológico (do qual o marxismo é uma das vertentes) nem ao interacionismo simbólico de caráter individualista (cujo representante mais célebre é Max Weber) tendem a se utilizar de conceitos mais adaptáveis às dimensões dos objetos que vão estudar em n´viel social, e neste sentido os conceitos de habitus e campo são muito mais explicativos do que o conceito de classe social. Vamos às respostas:1 - É precisamente a condição estrutural em que supostamente os indivíduos se encontram que eu (e mais alguns outros autores) questiono, pois em um cenário no qual as relações entre os indivíduos se tornam cada vez mais complexas e mediatizadas, a estratificação de classes realizada tendo em vista um critério abstraído de relações particulares de trabalho (isto supondo que Marx o fez de maneira fidedigna) as quais não correspondem mais à lógica das relações desenvolvidas entre indivíduo e trabalho na atualidade muito dificilmente este padrão de classificação poderia dar cont desta mesma diversidade. Além disso, este salto qualitativo (para usar a expressão do neo-marxista Maslow) de um grupo para uma classe a partir de contradições internas "do capitalismo".2 - Quais são estas evidências históricas que demonstram o aguçamento das tais contradições/ Existe alguma apontada por autores não-marxistas? Trazendo as evidências e fontes podemos conversar a respeito, mas sem nem ao menos saber do que se trata resta ao interlocutor, ou concordar imediatamente ou rejeitar imediatamente pois em ambos os casos a análise terá de ser feita por adivinhação. Se você fala em romper os efeitos da estrutura a partir de uma epistemologia marxista, será que não é justamente esta epistemologia marxista que condiciona à visão de que as classes são estruturalmente arraigadas à natureza do movimento histórico? Em Ciências Sociais, especialmente quando trabalhamos em perspectiva qualitativa existe uma regra de validação chamada triangulação. Mediante esta regra você submete o objeto de estudo a (pelo menos) dois referenciais teóricos e a (pelo menos) DUAS TÉCNICAS DIFERENTES E COMPARA OS RESULTADOS. Se há discrepâncias entre o que foi apreendido e analisado em cada um dos enfoques que você mesmo adota é conveniente que você refaça seu padrão de construção objetal. Esta é uma regra difundida na comunidade científica (ver por exemplo: SELTIZ, COOK, JAHODA. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico: 1974) e muito me surpreende que os pesquisadores marxistas não questionem o fato de que SOMENTE ELES conseguem ver a sociedade estruturada em classes quando nenhuma outra vertente nem ao menos percebe este constructo como válido, mas enfim...



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