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Moral Cultural e Superego. In: A LEI CONTRA A JUSTIÇA: um mal estar na cultura brasileira
(Maria Aparecida Morgado)

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Moral Cultural e Superego. In: A LEI CONTRA A JUSTIÇA: um mal estar na cultura brasileira – Maria Aparecida Morgado

Por que a sociedade brasileira “permite” que um policial mate um preso ou castigue tanto um deliquente fruto de suas relações sociais? A resposta, dada por Maria Aparecida Morgado, é baseada na psicanálise freudiana e seus três momentos dos processos identificatórios: o id, o ego e o superego. Vale ressaltar que essa divisão é feita para uma explicação didática. Duas dessas instâncias são inconscientes, o id e o superego, e uma; o ego ou super-eu, é consciente. O id se trata dos primeiros anos de vida. É quando a motivação para as atitudes é apenas pelos impulsos e desejos da criança. Essa forma primária de cosciência pode ser dividida em três fases: a oral (quando o prazer se faz na boca; o exemplo mais claro é o bico do seio da mãe), a anal (quando a criança gosta de sua excreta, é a fase em que se tem preferência pelas massinhas de modelar) e a falácia (quando surge o prazer nos órgãos genitais, é a fase que se desenvolve o complexo de Édipo). O superego é quem refreia as atitudes, ele seria a moral mais pura. Caso as pessoas fossem movidas somente por essa instância, existiria uma sociedade perfeita ou completamente intediante. É o superego que busca sempre a harmonia e a paz interior. Essa obediência a moral cultural só é formada pela introjeção das leis univesais que o ego faz ao psicológico. O ego seria o meio termo, é o responsável pelas ações concretas. Ele deve atender as satisfações do id sem abalar as estruturas criadas pelo superego. De forma geral, o ego alcança esse objetivo ao fazer substituições: o seio da mãe pela mamadeira, as fezes pela argila, os pais pela pessoa amada. O ego já está formado a partir dos 5 ou 6 anos de idade. No entanto, para conseguir essa formação, o psicológico humano passa por três estágios: o primeiro é aquele em que tem o amor paternal como o essencial, a análise feita pela criança de seus pais é como se eles fossem uma parte integrante e gradativamente os sentem separados, ao mesmo tempo em que os enxergam como par sexual. O complexo edipiano, já na segunda fase ou regressiva, deixa de existir a partir do momento que os pais passam a serem encarados como “assexuados”. É a partir deste instante que chega a terceira fase. Ela é caracterizada pela sublimação ou substituição objetais. É por isso que quando a população recebe notícias que um policial matou um detento não se abala, pois os policiais é uma forma de autoridade que antes era encontrada nos pais. Aquilo que não é interditado expressa uma aprovação, um vínculo identificatório, sendo este originário da vertente edipiana e regida pelo processo secundário. É por essa razão que muitos brasileiros até apoiaram a chacina no Carandiru. O ser humano vive um eterno conflito psicológico entre o id e o superego, assim ocorre uma permanente tensão entre restrições que uma sociedade estabelece para si própria e aquilo que ela efetivamente consegue cumprir. As leis sociais são feitas justamente para controlar as vontades pulsionais. Sendo que, sempre se impõe o poder coletivo sobre o individual. O maior vigor que uma lei é cumprida depende do ponto em que ela é assinalada pela sociedade de tal forma que não se tem conhecimento sobre suas restrições, é o caso de usar roupas. Trazendo a realidade brasileira podemos citar o famoso “jeitinho brasileiro” ou o conhecido “rouba, mas faz”, o que deveria ser uma exceção se uma torna uma lei da transgressão. Morgado termina dizendo que “as normas são universais, as transgressões ou interdições são vinculadas apenas à conveniência de interesses restritos”.



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