CIRCUNCISÃO MASCULINA
(Robert Bailey)
Circuncisão masculina e HIV A circuncisão é uma operação cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pénis. Essa remoção, chamada também exérese do prepúcio, peritomia ou postectomia, é praticada há mais de 5 mil anos, e realizada actualmente em clínicas com condições de higiene e assepsia. Cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados, por motivos religiosos e também por razões de higiene. Actualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada em muitos lugares da Terra como rito religioso e também social por vários povos, tais como judeus e muçulmanos. A partir de meados do Século XX, a circuncisão tornou-se uma prática médica vulgar, especialmente nos EUA. No entanto, a sua frequência reduziu-se progressivamente, pois hoje a prática regular de hábitos de higiene genital, que têm o mesmo efeito da circuncisão, se tornou cada vez mais comum entre as pessoas. A circuncisão masculina provavelmente começou como um ritual mágico, talvez para aumentar - ou, ao contrário, dominar - a virilidade. Em muitas culturas, a circuncisão no início da puberdade é encarada como um ritual de passagem - que marca o início da adolescência e a entrada do rapaz na vida adulta. Serve ainda como um sinal permanente de identificação como prova de iniciação num grupo social ou religioso. Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico. Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada esmegma, no espaço entre a glande e o prepúcio que a recobre. Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de bactérias que causam grande irritação e é foco de infecções. É realizada em certos casos de fimose, parafimose ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme esteróide que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a prepucioplastia, uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo. No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos rins e nas vias urinárias. Outros estudos mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do HIV. Pesquisas recentes sugerem que a circuncisão masculina pode ser um meio custo-eficaz para reduzir as taxas de infecção do HIV, especialmente em epidemias generalizadas nas quais mais de 1% da população vive com HIV. Os estudos, que examinaram cerca de 8.000 homens de 18 a 24 anos de idade em Kisumu, Quênia, e Rakai, Uganda, descobriram que a circuncisão masculina reduzia o risco, por parte de homens, de contrair HIV através de relação sexual vaginal em até 53%.
Resumos Relacionados
- Fimose E Circuncisão
- A Circuncisão Protege Contra A Sida
- Circuncisão: Um Método Eficasz No Combate A Aids
- O Que é Fimose?
- Circuncisão Feminina
|
|