Lee Morgan - City Lights
(John Lester)
Outro dia, enquanto assistia ao grande ganhador do Oscar de 1957, A Ponte Sobre o Rio Kwai, com Alec Guinness, eu pensava: onde encontrar um ambiente hard bop despretensioso, onde excelentes arranjos transformam singelas composições em deliciosas iguarias? Onde encontrar uma seção rítmica capaz de manter a alma adequadamente aquecida e o cérebro em constante e lubrificado funcionamento? Devemos procurar alguma célebre gravação aclamada pela crítica ou algum festejado príncipe absoluto do jazz? Não, nada disso. Basta ouvir o esquecido disco City Lights, gravado em 1957 pelo trompetista Lee Morgan. Do alto de seus 18 anos de idade, Morgan convence basicamente por três motivos: excelentes arranjos de Benny Golson, perfeição da seção rítmica – com Ray Bryant (p), Paul Chambers (b) e Art Taylor (d) – e presença brilhante de Curtis Fuller (tb) e George Coleman, o grande tenorista que, para nossa feliz surpresa, mostra toda sua habilidade também no sax alto em duas faixas. Aliado a tudo isso Morgan comparece com sua sonoridade cheia, macia e veloz. Distante da esganiçada genialidade de Gillespie e da sonolenta proposta de Miles, Morgan mostra que pode e sabe tocar o melhor trompete do jazz, sem artimanhas ou malabarismos. Recomendo.
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