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Deus, religião e o sentimento religioso em Freud
(adv | by www.logdemsn.com)

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artigo completo em: www.logdemsn.com/2007/11/11/deus-religio-e-o-sentimento-religioso-em-freud/
A explicação que Freud dá ao sentimento religioso decorre do desamparo na
qual o indivíduo é dotado ao nascer em um mundo que lhe parece estranho, hostil
e cheio de enigmas, da existência à própria morte. O desamparo infantil decorre
dos conflitos e dúvidas quanto as garantias sobre o existir e o futuro. Em
Freud, tal desamparo também é o motor da civilização, uma vez que esta nasce na
tentativa de diminuir o desamparo do homem diante das forças da natureza, dos
enigmas da vida e da própria morte.
Decorre daí que o indivíduo tem um sentimento quanto à proteção, uma
necessidade de um pai protetor que lhe trará um apazigüamento do temor, buscando
indicar as soluções para dominar o desconhecido. A esse sentimento que estaria
ligado à gênese do ideal de Eu, Freud denominou de “sentimento oceânico”, isto é, a relação do ser
humano com um ser infinito, absoluto e abstrato. Outra discussão se faz
necessária para explicar o sentimento religioso em Freud, a questão da
civilização.
A análise de Freud para a questão da humanidade é de longe um quadro do
terror. Porém, é no meio dessas trevas que Freud estabelece as bases para
explicar os conflitos humanos, o sofrimento psicológico e a constituição do
indivíduo. Em Freud a vida é sofrimento e viver é sofrer, tal como em
Schopenhauer.
Ela nos proporciona muitas decepções e tarefas difíceis de suportá-la. Há 3
maneiras principais de experimentar o sofrimento: o advindo da decadência do
nosso próprio corpo condenado à dissolução (morte); do mundo externo quando
entramos em conflitos (imposições e regras culturais) e o último, advindo do
nosso relacionamento com o outro. Relacionamento é desgastoso a qualquer um,
traz uma série de conflitos e dissabores, no entanto, é uma faca de dois gumes,
pois também é através dos relacionamentos que constituimos nossa
subjetividade.
Apresentado o propósito da vida, a busca do prazer em detrimento do
desprazer, verifica-se que o programa do princípio do
prazer está em desacordo com o mundo, tanto quanto ao macrocosmo como o
microcosmo. A cultura é a grande vilã e a vida em sociedade só é possível com o
estabelecimento de regras, o que necessariamente causará confrontos com os
desejos individuais.
As possibilidades de felicidade já são condenadas pela nossa própria
constituição. Ela é restrita e sua manifestação é passageira. A felicidade
intensa e prolongada não existe em Freud, nos comportamos de modo que só podemos
experimentar prazer intenso em contraste: amor - indiferença; alegria -
tristeza; gostar - odiar, etc.
O ceticismo é fundamental na psicanálise freudiana. Coloca-se um dilema, de
um lado reconhece que o estado anterior à civilização é ruim por conduzir à
barbárie (lei do mais forte); de outro, a civilização nos cobra um preço elevado
para tornar viável a vida em sociedade, este preço é a renúncia dos prazeres e
desejos individuais por outros mais conciliatórios com a coletividade.

A gênese dos deuses e das religiões em
FreudDiante do dilema da vida colocada por Freud, cada civilização
construiu os deuses à sua imagem e semelhança espelhadas nos idealimos dos
desejos coletivos. Coube aos deuses a tarefa de remediar os conflitos dos homens
e aplicar sofrimentos àqueles que afligem o próximo e, também, prover uma
recompensa para àqueles considerados “merecedores”. Nenhum deus nasce de uma
religião, mas toda religião nasce de um deus, ou vários.
A religião tem a função de separar os que crêem em um deus em específico e
criar as regras e o moralismo que irão configurar à doutrina. - Eis o nascimento
de um repertório de dogmas, produto da necessidade do homem em tornar tolerável
o seu sofrimento e sua fraqueza diante da Natureza. É nesse sentido que todas as
religiões - independente de seus princípios - têm dois extremos comuns enquanto
objetivo finale separação dos merecedores dos não merecedores: uma alternativa
que traga um novo início depois do fim enquanto recompensa (vida depois da
morte) e um castigo àqueles que não foram condizentes com os princípios da
doutrina.
Certamente que as idéias religiosas passam por um longo processo de
desenvolvimento em diversas fases. Em muitas das fases ocorrem conflitos de
idéias que resulta na dissolução de uma religião em duas ou mais vertentes, por
exemplo, o Catolicismo. No entanto, as idéias religiosas transmitidas ao
longo das civilizações adquirem um valor altamente precioso nas sociedades
formadas.
Para Freud, quando indagamos a
autencidade de um dogma, nos deparamos com três respostas possíveis: 1) os
ensinamentos merecem à crença porque os antepassados já acreditavam; 2)
levanta-se “provas” de tais ensinamentos transmitidos pelos antepassados -
obviamente que a prova é aquela baseada na fé ou no criacionismo; 3) é
totalmente proibido questionar a autencidade da prova. Nesse último, reside a
mais alta sustentação da religião.
Freud explica a questão da manutenção dos dogmas pela internalização desde a
infância, dos ensinamentos e dogmas religiosos. A criança em sua constituição
aprende desde cedo que questionar a existência de um deus é extremamente
punitivo.Bibliografia básica:O futuro de uma ilusão - Freud
(1927)O mal-estar na civilização - Freud (1929)



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