Carbono Social - Agregando Vall
(Divaldo Rezende; Stefano Merlin)
Carbono Social - Agregando Valores ao desenvolvimento sustentável. O que existe de comum entre a instalação de uma termoelétrica no País de Gales, um projeto socioambiental na Ilha do Bananal e as recorrentes alterações climáticas, frutos indesejados do processo de aquecimento global? A resposta seria o desenvolvimento do conceito de carbono social, uma tecnologia que une dois importantes conceitos, o de preservação ambiental e o de responsabilidade social. O desenvolvimento do projeto acabou se transformando em uma tecnologia pioneira que incluía a construção de indicadores de absorção de carbono nas diferentes vegetações do local, a geração de conhecimento científico e também a implementação de tecnologias ambientalmente sustentáveis de geração de renda para a comunidade O pioneiro programa brasileiro acabou se tornando uma referência, no Brasil e internacionalmente, em práticas de conservação ambiental e de desenvolvimento social das comunidades locais. Sob este prisma, o livro Carbono Social , organizado pela jornalista Andréa Sarmento e escrito pelo engenheiro agrônomo Divaldo Rezende e pelo economista Stefano Merlin é uma compilação de práticas e aprendizados do projeto realizado na Ilha do Bananal. No livro são descritas metodologias para calcular o fluxo e o estoque de carbono nos diferentes ecossistemas, a fim de se possibilitar a implantação da metodologia do carbono social para a geração de créditos de carbono. O livro aborda também, de maneira bastante prática, as experiências da delicada relação floresta-comunidade, que culminou no surgimento de um novo conceito ecológico estreitamente ligado à prática, o de carbono social. A Ilha do Bananal possui uma riqueza ecológica única, pois há em sua área os ecossistemas de cerrado, floresta e pantanal, sendo agora também uma importante base experimental de desenvolvimento comunitário baseado em financiamentos voltados para a responsabilidade social, por meio do sistema de créditos de carbono. Ao longo de oito capítulos, os autores comentam também as possíveis perspectivas e oportunidades do carbono social, o desafio da geração de conhecimento e sua efetividade no processo de geração de renda e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.. O grupo pioneiro na implantação do projeto do Carbono Social é composto basicamente por integrantes da ONG Instituto Ecológica, formada em 1998. No período, segundo os autores, falar em seqüestro de carbono era um absurdo. .. Pouquíssimas pessoas sabiam do que se tratava o Protocolo de Quioto, e mudanças climáticas e efeitos estufa eram comentados de maneira muito superficial. No final da década de 90, a maioria dos projetos de seqüestro de carbono considerava apenas que seriam entregues aos investidores, quotas ou créditos de carbono. O bem-sucedido programa de seqüestro de carbono social desenvolvido na Ilha do Bananal diferenciava-se dos demais programas de seqüestro de carbono por não apresentar um compromisso em entregar créditos, uma vez que o projeto recebeu recursos de responsabilidade social de vários parceiros nacionais e internacionais e em contrapartida, ofertava de uma série de atividades voltadas ao desenvolvimento social da comunidade local. No início, o conceito de carbono social estava diretamente ligado ao projeto desenvolvido na Ilha do Bananal. Atualmente ele é empregado também em uma variedade de propostas como as de exploração de madeira de baixo impacto ambiental, em programas de seqüestro de carbono urbano e também em projetos de produção de frutos tropicais ligados ao seqüestro de carbono. Em linhas gerais, e mais especificamente a partir de 2001, o termo carbono social passou a ser utilizado para designar projetos de seqüestro de carbono com forte participação de comunidades locais. Essa participação das comunidades locais é essencial ao desenvolvimento de projetos ambientais e de seqüestro de carbono, uma vez que os mesmos possuem um horizontede longo prazo: no mínimo 25 anos. Assim, as principais garantias de sucesso desses tipos de projeto incluem o envolvimento das comunidades locais, por meio de participação e benefícios para o desenvolvimento econômico. Desta forma o conceito, e mais do que isso, a prática da metodologia do carbono social permitem o desenvolvimento sustentável, podendo representar impactos sobre o quadro global de mudanças climáticas.
Resumos Relacionados
- Japao Ajuda Brasil No Combate Ao Carbono
- Japao Ajuda Brasil No Combate Ao Carbono
- Como Comercializar Créditos De Carbono
- Amazonas JÁ Tem LegislaÇÃo Sobre SeqÜestro De Carbono
- Créditos De Carbono
|
|