Dinâmica das PMES: África e América do Sul
(Lindholm; Carl (2001))
A contribuição das PMES na criação de emprego e riqueza tem sido reconhecida de forma crescente por todo o globo. Para alguns observadores os mercados laboram e as pessoas encontram novas oportunidades para participar em vias promissoras e enriquecedoras, incluindo aqueles que partem em desvantagem. Para outros observadores, o aumento de pessoas que apostam na criação de micro e pequenas empresas é um sinal da incapacidade de economia criar empregos produtivos, isto é, as pessoas são forçadas a procurar refúgio em actividades que lhes assegurem condições mínimas de subsistência. Tais empresas estão normalmente escondidas da vista e facilmente iludem as redes estatísticas convencionais. Para as identificar têm sido testados novos conceitos com: “pesquisa fechada” sobre PMEs (closed MSE surveys); pesquisas de painel contínuo (continuous panel surveys); pesquisas identificadoras (tracer surveys) de empresas que existiram no passado; e pesquisas de base modificada (modified baseline surveys) que visam a informação relativa ao crescimento das empresas desde o seu crescimento (Liedholm, 2001). Recorrendo pesquisas de base modificada, foram realizados estudos em 5 países africanos: Botswana, Quénia, Malawi, Suazilândia e Zimbabué. Estas pesquisas tiveram todas cobertura nacional e basearam-se na completa enumeração de empresas de cada uma das áreas (ou clusters) escolhidas por técnicas de amostragem aleatória estratificada. O mesmo método, mas sem o recurso a instrumentos de pesquisa fechada foi utilizado para estudos no Lesoto e na África do Sul (duas cidades apenas). Pesquisas de painel contínuo foram realizadas no Quénia e no Zimbabué e pesquisas traçadoras foram realizadas na Nigéria, no Quénia e na Serra Leoa. CRITÉRIOS Magnitude; Distribuição por dimensão das PMEs; Características da Força de Trabalho (capital humano); Localização (nacional, regional e local); Composição das actividades; Género / Sexo (Proprietários / Trabalhadores); Envolvimento com o mercado; Subcontratação (outsourcing) e Clustering; Eficiência. Dinâmica das PMEs As PMEs estão constantemente a transformar-se (churning). A maioria das mudanças é perdida, no entanto, apenas se o foco incidir nas mudanças agregadas ao nível das PMEs e ao longo do tempo. Acontece que quando os componentes individuais destas mudanças são escrutinados a magnitude das transformações torna-se aparente. Criação de Novas PMEs A evidencia do surgimento de novos negócios (criação de empresas) em África era, até à pouco tempo, virtualmente inexistente (Liedholm, 2001). Novos dados (Botswana, Quénia, Malawi, Suazilândia e Zimbabué) têm demonstrado que a taxa de novas PMEs é substancial. No entanto os números são em muitos casos meramente indicativos e dadas as técnicas usadas, demonstram estimativas de baixo coeficiente (lower-bound) da magnitude envolvida. A maioria das novas firmas criadas (PMEs) são negócios de uma pessoa e por isso são tipicamente menos eficientes e menos lucrativas. Em estudo recente acerca das PMEs no Zimbabué, Daniels (1995) indica que os elementos determinantes na criação de novas empresas diferem entre as actividades de alto e baixo retorno (lucro). Para as actividades de alto retorno, o capital inicial exigido, a experiência dos empreendedores e o nível de regulação – todos são barreiras à entrada –, se consideram inversamente relacionados com a taxa das novas entradas. Para as actividades de baixo retorno, a taxa de novas entradas está relacionada (inversamente) apenas com o nível agregado da actividade económica; para estas empresas, quanto mais baixo for o nível do agregado da actividade económica, mais alta será a taxa de novas entradas, reflectindo a importância do factor “dificuldades” (push-factor) na criação de empresas. Importante nestes factos é que não há escassez de empreendedores (sentido Schumpeteriano), ou seja, indivíduos dispostos a correr o risco de estabelecer um novo negócio. Encerramento de PMEs As pesquisas realizadas demonstram que apenasuma minoria das falências pode ser atribuída ao tradicional business failure, resultado da inviabilidade económica e financeira das empresas. A baixa procura e a falta de capital de giro (working capital) são os dois motivos mais apresentados como as causas principais do encerramento de empresas. Outras causas são: “razões pessoais”, como doença ou reforma; “melhores opções”; ou porque “o governo forçou o seu encerramento”. A maioria dos encerramentos ocorre ainda durante os primeiros anos de existência das empresas. No Botswana, Quénia, Suazilândia e Zimbabué, mais de 50% das PMEs “fechou as portas” no período de 3 anos que se seguiu à sua abertura. Claramente, as PMEs são particularmente vulneráveis e frágeis nos anos iniciais quando ainda estão a aprender a mover-se no mundo dos negócios (Liedholm, 2001). Estes estudos empregam a análise do risco (hazard analysis) com o fito de encontrar os factores chave que determinam os padrões de morte ou sobrevivência das empresas. A variável dependente nesta análise é o “índice de risco”, que é a probabilidade de uma empresas encerrar durante o ano inicial. As variáveis independentes usadas para explicar este índice são variáveis como: idade, sector, e localização da firma. As técnicas econométricas são usadas para estimar o cruzamento entre as variáveis. Uma importante conclusão retirada destes estudos baseia-se no reconhecimento que as PMEs em crescimento têm mais hipótese de sobreviver do que as suas congéneres que se mantêm com a mesma dimensão.
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