A solução final
(Joaninha do Assombra)
Definitivamente, o machado. É, o machado. Nenhum outro argumento resiste a ele. O sujeito fala, fala sem parar mas quando você, sem que ele perceba, leva as mãos atrás das costas e num gesto rápido e certeiro decepa os quatros dedos de sua mão direita, ele vai implorar perdão e jurar que doravante acatará todas as suas sugestões, mesmo que para sua total ruína. Todas as discussões seriam breves. Bastava um olhar para o machado num canto da parede e o chato já apressaria sua saída. Sem rodeios, os mais corajosos e sinceros continuariam vindo com respeito e expressando suas opiniões mesmo que divergentes. Você conteria o riso ao saber que estão se segurando para não mijarem nas calças e balançaria a cabeça de forma condescendente.Os puxa-sacos e mentirosos estariam banidos da sua sala para sempre. Seria difícil vê-los até pelos corredores porém saberia que não estão faltando ao trabalho. Não são loucos. Os covardes se espremendo nas paredes quando você passasse teriam problemas com roupas amarrotadas e suor excessivo. Não ficaria bem para a imagem da empresa e logo, logo seriam transferidos para o porão.Nas reuniões com a diretoria, sua secretaria pergunta:- O de cabo vermelho?- Não, hoje quero testar aquele de aço inox que trouxe da Alemanha. Alemanha. Terra de bons lenhadores e por ordem, de bons machados. Tudo iria transcorrer na mais perfeita ordem. Você montaria um quadro enorme com todos os modelos pendurados e mostraria aos visitantes com orgulho os traços nos cabos, discussões resolvidas.- Doutor, sua mulher está aqui.- Não a faça esperar.A secretaria se dirige a ante sala.-Dona Angela, antes me dê o "cabo vermelho"...
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