A VIDA DE LEONEL BRIZOLA
(Jerson)
LEONEL BRIZOLA Leonel de Moura Brizola[1] (Carazinho, 22 de janeiro de 1922 — Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004) foi um influente político brasileiro, lançado na vida pública por Getúlio Vargas. Brizola foi o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) em toda História do Brasil. Exerceu também a presidência de honra da Internacional Socialista. Nascido no vilarejo de Cruzinha, hoje interior de Carazinho, mas então pertencente ao município de Passo Fundo, era filho de camponeses migrados de Sorocaba. Batizado como Itagiba de Moura Brizola, cedo adotou o nome de um líder maragato da revolução de 23, Leonel Rocha. Brizola foi prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro. Sua influência política no Brasil durou aproximadamente cinqüenta anos, inclusive enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da resistência. Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil pelo PDT, partido que fundou em 1980, não conseguindo se eleger. Morreu aos 82 anos de idade vitimado por problemas cardíacos. Vida política A vida política de Brizola pode ser dividida em três fases: antes do Golpe de 1964, vida no exílio e pós-anistia. Vida política antes do Golpe de 1964 Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo assumido sua primeira candidatura a cargo eletivo por recomendação pessoal de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento. Brizola era casado com Neusa Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart, e com ela teve 3 filhos: Neusa, José Vicente e Otávio. Exerceu considerável influência política durante o mandato de seu cunhado. Alguns historiadores citam que Brizola, por muito tempo, pressionava Goulart para ser nomeado Ministro da Fazenda, e que suas pretensões eleitorais (bem como de outros líderes da esquerda, como Miguel Arraes) tenham sido um dos ignitores do Golpe de 1964. Brizola não se furtava de usar a frase "Cunhado não é parente, Brizola pra presidente" como slogan pré-eleitoral (na época, havia lei que impedia que parentes do presidente concorressem à sua sucessão). Pesquisas eleitorais visando o não realizado pleito presidencial de 1965 apontavam Brizola como um dos 3 candidatos com reais chances de vitória, ao lado de Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. A renúncia de Jânio Quadros Brizola era governador do Rio Grande do Sul quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Foi ele quem comandou a resistência civil às pretensões dos militares e segmentos da classe política de impedir a posse do vice-presidente constitucionalmente reeleito João Goulart, ocasião em que deflagrou a chamada "Campanha da Legalidade". Em 1962 Brizola se elege deputado federal pelo extinto estado da Guanabara pela sigla do PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de 269 mil votos. Como deputado federal, Brizola passou a viajar pelo país promovendo debates e conferências. Numa destas conferências, em Belo Horizonte, foi impedido de falar por um grupo de senhoras religiosas (o que o levou a sugerir que a democracia não se acovardaria frente a rosários, causando certo mal estar num país de maioria católica). O governo Jango Durante o mandato na Câmara Federal, Brizola lutou para que o governo Jango adotasse as Reformas de Base, que tocavam em temas que seriam símbolo da carreira política (como a limitação da remessa de lucros ao exterior e a Reforma Agrária). Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular. Em 1963, Brizola conclamou a população a se organizar em grupos de onze pessoas, movimento que ficou conhecido como "grupos dos 11", para pressionar o governo a realizar mais rapidamente as Reformas de Base. Naquele tempo Brizola e outros grupos de esquerda estavam afastados do presidente, por julgar que Jango tentava conciliar demais com as forças conservadoras. No ano de 1964, o Brasil presenciou o ponto culminante da radicalização ideológica entre esquerda e direita. Era tido como esquerdistas políticos pró-Jango, setores legalistas do alto-comando das Forças Armadas, ala progressita da Igreja Católica. Militares de baixa patente (cabos e sargentos) e estudantes de universidades adeptos das Reformas de Base também se somavam a esse grupo. Os líderes de maior expressão da esquerda, além de Jango e Brizola, eram Miguel Arraes e Francisco Julião. Para a direita convergiam políticos anti-janguistas, setores não-legalistas do alto comando militar, núcleos conservadores da Igreja, banqueiros, grande empresariado urbano e rural e estudantes contrários às reformas. As lideranças de maior destaque deste grupo eram Carlos Lacerda, Magalhães Pinto e Adhemar de Barros. No dia 13 de março, Jango promoveu um grande comício em frente a Central do Brasil (que ficou conhecido como Comício das Reformas ou Comício da Central [1], no Rio de Janeiro, onde Brizola fez um discurso inflamado que acusava o Congresso de ir contra as aspirações populares, pedindo uma Assembléia Constituinte.Nessa época, Brizola assustava os conservadores devido ao radicalismo das propostas. Era o perigo comunista, anunciado pelos que temiam um auto-golpe de Jango que estabeleceria um regime no estilo cubano. O cenário mundial favorecia o medo de um "perigo comunista", na medida em que China, Cuba, Vietnã e Guerra Fria passavam por revoluções comunistas e implementavam o regime.
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