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AS CONCUMBINAS DA GRÉCIA
(Jerson)

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A AJUDA DAS CONCUMBINAS -A Grécia Clássica era formada por inúmeras cidades-estados, cada uma possuindo uma organização própria em termos de política e economia. Atenas dentre várias outras, sobressaiu-se e tornou-se símbolo de desenvolvimento cultural, intelectual e de sociedade democrática e livre, servindo de parâmetro para a política até hoje. Embora seja uma experiência original e digna de admiração, é preciso lembrar que poucos possuíam o título de cidadão (condição essencial para participar da pólis), pois implicava uma série de requisitos, entre eles, não ser estrangeiro e ter escravos para que o cidadão estivesse liberado das tarefas braçais para se dedicar aos assuntos políticos. Nesse contexto, Salles (1987) afirma que as mulheres eram divididas em três tipos: as esposas, que ficavam restringidas ao espaço familiar (gineceu) não tendo praticamente contato com outros homens que não fossem da família e tinham a tarefa de gerar filhos legítimos; as concubinas, que ajudavam seus senhores nas tarefas diárias (escravas ou livres); e as prostitutas(ou cortesãs) visando a satisfação dos prazeres, preservar a castidade das mulheres livres (esposas e filhas de cidadãos), sendo que haviam casas licenciadas (lupanar) para tal finalidade. Entre essas últimas haviam diferenças: as mais belas eram conhecidas como hetairas, muitas vezes serviam de inspiração para artistas e filósofos, desfrutavam de amores e paixões, participavam dos banquetes e algumas inclusive acompanhavam cidadãos em atividades públicas da pólis, e até mesmo haviam estátuas construídas em sua homenagem. Diferente das esposas que não recebiam nenhuma instrução, as prostitutas eram iniciadas nas artes, na música, na dança, e em alguns casos, participavam dos debates filosóficos. Aristófanes (2003), artista grego, apresentou uma peça do gênero cômico intitulado "Lisístrata: A Greve do Sexo", onde narra a greve de sexo das mulheres para forçar os homens atenienses a desistirem da guerra contra outra cidade grega (fato que teria ocorrido 415 a.C), obviamente satirizando, uma vez que as mulheres sequer eram consideradas cidadãs e não tinham voz para interferir nos rumos políticos. Também para filósofos como Platão e Aristóteles, o verdadeiro amor só era possível entre os homens (dotados de razão), pois as mulheres eram símbolo das virtudes sensíveis e dos prazeres físicos, condições estas que as impediam de alcançar a plenitude da razão. Para Plutarco, era impossível o amor verdadeiro entre homem e mulher porque entre eles era natural o desejo carnal e tal união só podia ser física e não espiritual. Sendo natural então que mesmo as esposas (mulheres livres) não pudessem participar da polis, uma vez que não tinham capacidade do uso pleno da razão. Dessa forma, todas as mulheres eram excluídas da participação política, papel esse essencial para os gregos. As "esposas" dos cidadãos possuíam a garantia do respeito e proteção do Estado; as prostitutas não possuíam nenhuma garantia, vivendo a ameaça constante da miséria, contudo, em um certo sentido as mais famosas eram mais livres e tinham mais acesso ao mundo público que as esposas. Entretanto, ambas tinham em comum sua exclusão do espaço público e o risco de passarem fome, pois mesmo as esposas só eram reconhecidas enquanto tal, uma vez que ao ficarem viúvas perdiam sua condição natural de proteção e mesmo aquelas que tentassem continuar os negócios do marido encontravam dificuldades devido ao preconceito, vendo-se muitas vezes obrigadas a se entregarem a prostituição. Assim como cada cidade-estado tinha suas particularidades em termos de organização política, também haviam diferenças culturais, religiosas e na forma como eram vistas as mulheres e a prostituição. Salles (1987) afirma que na cidade de Corinto, sob influência de divindades estrangeiras (dos Egípcios e Persas), existiam templos que prestavam culto em homenagem a Afrodite (deusa da fecundidade). Nestes locais a prostituição era sagrada, e toda mulher virgemdevia ser possuída, ao menos uma vez, por algum estrangeiro para obter a proteção da cidade pela deusa e só então podiam voltar para casa e se casar. Dessa forma, os estrangeiros deixavam verdadeiras fortunas nesses templos. No Egito e na Armênia, as jovens virgens deviam se prostituir para adquirir seu dote antes de casarem. O titulo de cidadania era concedido a todo indivíduo romano livre e mesmo às cidades (classe dirigente) aliadas da Itália, e neste sentido era mais amplo que a abrangência grega, contudo a participação dos romanos nas decisões políticas era muita mais formal que prática, já que incorporaram o modelo de participação representativa (não direta) dos cidadãos. Isto significa que as decisões eram hierarquizadas, realizadas de uma instância para outra, diferente das assembléias gregas que todos podiam participar e opinar, sendo decidido em praça pública os rumos da cidade. Ou seja, os romanos jamais democratizaram de fato sua estrutura política; em sua raiz mantiveram-se aristocratas, incorporando os plebeus (classe mais pobre) apenas formalmente para diminuir os conflitos internos. Diferente dos gregos, também seu sistema republicano centralizador buscou a expansão Imperial a todos os cantos do mundo, conquistando e subjugando os povos do mediterrâneo e do norte, tendo sua economia centrada no trabalho escravo em larga escala. Segundo Anderson (1992) e Salles (1987), a diferença entre pobres e ricos em Roma é infinitamente maior se comparada às cidades-estado gregas.



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