BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Caminho de Santiago
(Alexandra Fernandes; Fernando Naigeborin)

Publicidade
Conta a história que o apóstolo Tiago teria pregado as “boas novas” por todo o Império Romano até chegar à Galícia, um de seus limites mais orientais. Mais tarde, quando morreu, Tiago teria sido trazido de Jerusalém secretamente e enterrado na região. Oito séculos se passaram até a descoberta de seu sepulcro: um camponês que observava o céu estrelado resolveu seguir o brilho que iluminava a mata - daí o nome Compostela (campo estrelado). Surgiu primeiro uma capela, que mais tarde se tornou igreja e então a enorme catedral. E os caminhos de Santiago (há vários deles) consagram-se na Europa, marcados por pés de milhares de peregrinos, que ainda hoje acorrem até a cidade santa. Encontrar a razão que nos conduz a Santiago é o primeiro desafio. Quase sempre, a resposta surge no próprio caminho, que exige nosso empenho mas nos entrega o sentido de peregrinar. Há quem defenda a caminhada como única forma de se redimir dos pecados. Portanto, a bicicleta é para quem não tem pecados ou tem só um pouquinho deles. Então para estes, todo dia, enquanto o sol aponta no horizonte, é tempo de pedalar e deixar os pensamentos vagarem pela trilha. É bem simples: a repetição dos movimentos estimula a reflexão e a contemplação. É possível meditar em ação. Ou parar, relaxar e mesmo esvaziar a mente por alguns momentos, absorvidos pela imensidão dos campos da Espanha. O que mais assombra os peregrinos é isso – a bênção de compreender sua própria história ao longo da trilha. Basta não perdê-la de vista seguindo a direção apontada pelas setas amarelas. Nos quase 800 quilômetros de trilha, pedaços de nosso destino vão surgindo. Podem estar escondidos nas construções seculares, nas casas de pedra das antigas aldeias, nos vilarejos muito rústicos. Ninguém sai impune: ou a força do tempo, ou o contraste desses cenários com nossa realidade habitual, algo nos compele à lembrança de nosso mundo e daqueles que amamos. Nessas horas, a introspecção e a prece aquietam, nos fazem prosseguir com resolução diante da finitude das coisas. Nas pedras postas umas sobre as outras, que permeiam boa parte do caminho, deixamos sempre anotado nosso rito de passagem. Na peregrinação nos perdemos e nos encontramos. De toda maneira, nos deparamos com nossos problemas e soluções. É assim para qualquer um que percorre o caminho, andando ou pedalando em direção ao poente. Enquanto nos aproximamos de nosso destino final, todo o caminho se condensa em alguns poucos momentos de solidão. E lembramos de tudo aquilo que projetávamos para achegada a Santiago de Compostela. Adentramos a cidade naturalmente contritos, rumo à imensa catedral de pedra. É hora, enfim de subir as escadarias, pedir a benção. E sentar.



Resumos Relacionados


- O Caminho De Santiago

- O Diario De Um Mago

- No Caminho De Santiago

- O Diário De Um Mago

- O Diário De Um Mago



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia