DIFICULDADE NA APRENDIZSAGEM: ÊNFASE NA DISLEXIA
(Ivanete Alves Barbosa ; Rosãngela Pastori)
O que pode acontecer a uma criança quando ignoradas as causas de suas dificuldades escolares e de interação social? Transforma-se no drama de sua vida. Segundo LUCZYNSKI (2002), desordem do aprendizado e do comportamento, fracasso nos testes escolares, humilhação na escola e desapontamento que adolescentes não desejariam dar a seus pais, estão entre as causas de morte entre a população infanto-juvenil e adulto jovens. Portanto fica claramente revelador quanto à posição de responsabilidade da escola diante do indivíduo com dislexia.
Qualquer criança em qualquer fase de seu desenvolvimento pode enfrentar dificuldades para aprender. A aprendizagem pode ser concebida como a capacidade de processar, armazenar e usar as informações recebidas, manifestando dificuldades significativas na aquisição e no uso de capacidades de atenção, fala, escrita, leitura, raciocínio ou habilidades matemáticas. Geralmente crianças portadoras de distúrbios são desatentas, acha difícil aprender canções, rimas, atividades motoras, tem dificuldades em montar quebra–cabeça, atraso no desenvolvimento da fala, faz confusões entre esquerda e direita e outros fatores. É comum haver confusão entre dislexia e distúrbios de aprendizagem pela alfabetização precoce ou por distúrbios auditivos. O diagnóstico é delicado, requer avaliação criteriosa e conjunta por diversos profissionais das áreas competentes, exige avaliações múltiplas envolvendo psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e neurologistas.
A dislexia não é uma doença, caracteriza–se numa síndrome, ou seja, conjunto de sintomas ligado ao cognitivo que atinge um número considerável de pessoas, principalmente o sexo masculino. Independe das causas culturais, intelectuais e emocionais, pois é hereditária quando não adquirida. É responsável pelo grande percentual de repetências e de abandono da escola. No flexível sistema de evolução o que acontece normalmente é chegar à fase adulta com a auto-estima destruída devido ao fracasso diante as dificuldades não superadas e enfrentar limitações profissionais, no entanto são submetidas a um teste de inteligência que revelam QI normal. O sistema educacional brasileiro não está preparado para atender as necessidades específicas de crianças que apresentam distúrbios de aprendizagens. Porém é a ele que cabe o compromisso de buscar novas formas de aprendizagem e novos programas de ensino que venham colaborar com essas crianças ajudando-as a sobreviver dentro deste único modelo de escola que lhe é apresentado. O educador deve não apenas colocá-lo na primeira carteira, mas organizar situações de aprendizagem a ela e a todos que necessitam de atenção e ensino diferenciado para que possam desenvolver suas habilidades. Também deve buscar compreender a emoção do aluno, respeitar as diferenças individuais, criar ambiente agradável de aprendizagem, valorizar a auto-estima e desenvolver sistemas de avaliação contínuos e acumulativos que reconheça e respeite as diferenças. Pois a criança disléxica precisa de um modo diferente de aprender a ler e escrever. Ele é tão ou mais inteligente que o outro educando. O educador deve procurar usar exercícios diferentes para que ela perceba e aprenda dentro de suas capacidades, respeitando as diferenças e o modo divergente da criança aprender a memorizar informações e de se organizar, fornecendo métodos adquiridos e capazes de auxiliar. Procurar sentar-se ao lado dela quando for explicar algo, respeitando seus limites e seu jeito de entender, fazendo–a redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender. O trabalho em conjunto de profissionais da educação e o professor podem ajudar a criança a superar ou minimizar a suas dificuldades.
O importante é aceitar a dislexia como dificuldade específica de linguagem que se apresenta apenas na língua escrita. As escolas não precisam modificar seus projetos pedagógicos curriculares, elas precisam acolher estas e usar procedimentos didáticos adequados que possibilitem ao aluno desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. À medida que a criança passar a perceber que é capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima. Para que a criança tenha um bom desenvolvimento é preciso um ambiente afetivamente equilibrado, onde ela receba amor autêntico, compreensão diante das dificuldades que a ela é apresentada. Esse ambiente facilitará o aprendizado de crianças com dislexia e fará entendê-la sua maneira de ser e ver diferente o mundo, mas com prazer.
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