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A HISTÓRIA DAS MÁFIAS
(Salvadore Lupo)

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Começou no século XIX e vai até o fim da década de 90. Funciona como organização criminosa, a qual possui laços com as instituições do Estado, com capitalistas, com o sistema financeiro e com a política. É uma instituição organizada que atua à margem do Estado, ou melhor, da legalidade. A proteção a fazendeiros e a comerciantes é a primeira fase da atuação mafiosa, ou de acordo com Salvadore Lupe, é o surgimento da máfia, a protomáfia. Com o Estado ainda em formação, a prática mafiosa começa sua iniciação com assaltos a gados e saques em fazendas. A partir dái oferecem proteção aos fazendeiros. Eles passam a lucrar e constituem patrimônios. O desenvolvimento do Estado ineficiente faz com que o capitalismo italiano deixe para trás um país agrícola. Inicia-se o “desenvolvimento” do Estado e capitalismo italiano. Neste sentido, surge a máfia. A relação de cooperação entre mafiosos e agentes públicos tem como objetivo o ganho para as duas partes. Os mafiosos participam de atividades do Estado, como licitações, construções; e em contrapartida, os agentes públicos obtêm ganhos financeiros, ou outros benefícios privados. A máfia passa a desenvolver o contrabando de cigarros As extensas e lucrativas atividades mafiosas começam a chamar a atenção das autoridades de justiça e também da opinião pública. Os integrantes da máfia começam a ser perseguidos. E é neste momento que se da início a construção de uma relação de cooperação entre mafiosos e autoridades públicas (políticos, juízes, policiais, etc.) com o objetivo da preservação da ilegalidade. Cria-se, portanto, a Máfia-Estado, onde os mafiosos consolidam a sua interferência, ou até a captura dos agentes públicos, os quais passam a representar no interior do Estado os interesses mafiosos.A máfia possui um código de honra próprio, o qual se for rompido por algum dos seus integrantes a pena é a morte. A morte de um mafioso pode motivar guerras entre grupos, os crimes por encomenda. A pena capital da máfia não é apenas provocada pelo rompimento dos códigos de honra, mas também por disputa de espaço em atividades comerciais. A máfia consolida a sua atuação na Itália na década de 70. Neste período, a máfia desenvolve as suas atividades como uma grande empresa. Hierarquias são constituídas. Famílias dominam territórios. O tráfico de drogas é agora uma nova atividade mafiosa. Consolida-se o intercâmbio mafioso entre Sicília e América. Surge a Cosa Nostra, isto é: a associação mafiosa entre Estados Unidos e Itália.O fenômeno mafioso na Itália é comparado com o crime organizado no Brasil. Ao contrário da máfia Italiana, o crime organizado no Brasil possui hierarquias. Na Itália a máfia se apresenta como o único tipo de crime organizado, isto é, sem grupos mais ou menos organizados, os quais são intermediários. Já no Brasil, o traficante da favela pode ser considerado um integrante de uma organização criminosa mediana ou pequena, isto é, não exerce uma atividade tão complexa como àquela que financia a entrada da droga nas favelas e lava dinheiro. Assim como a máfia italiana no início da década de 80, integrantes de facções criminosas promoviam atentados a prédios públicos ou tentavam atingir com carro bomba a Bolsa de Valores de São Paulo. Para o autor, os atentados tinham como objetivo atacar o Estado pelo fato de que ele estava combatatendo o terrorismo de modo eficaz, Um dos principais instrumentos do governo no combate ao crime organizado chama-se RICO. RICO é uma lei; a Lei de Combate a Organizações Corruptas e Influenciadas pelo Crime Organizado (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations - RICO - Act). Esta lei entrou em vigor em 1970 com a finalidade específica de ajudar no combate à máfia. A lei consegue isso ao permitir que os promotores de justiça persigam organizações inteiras. A lei define quase todos os crimes graves como participação em empresa criminosa e para haver condenação é preciso que dois oumais desses crimes tenham sido praticados em um intervalo de 15 anos. Isso implica aumento da pena se vários crimes forem praticados em conexão com o mesmo esquema geral, ou seja, subornar sindicalistas, assassinar um comerciante que não deseja cooperar e extorquir dinheiro de empreiteiras de obras resultará na prática de empresa criminosa, uma definição que acrescenta décadas às condenações por suborno, homicídio e extorsão. Além disso, a lei permite que os membros sejam processados por sua participação na empresa criminosa mesmo se não estiverem explicitamente envolvidos em crimes individuais. Atualmente a lei RICO tem sido cada vez mais utilizada por advogados que movem processos para obter indenizações de grandes empresas e outros grupos e cada vez menos no combate ao crime organizado. Para que os policiais possam prender e processar criminosos organizados, precisam saber o que acontece dentro da organização. Os policiais conseguem prender traficantes e ladrões de cargas, mas a família simplesmente coloca outros no lugar dos que são presos. Para desbaratar a família é preciso chegar até o topo. A melhor maneira de se fazer isso é conseguir infiltrar alguém ali dentro. O trabalho de agentes infiltrados continua sendo uma parte importante na luta do FBI contra a máfia. Em 1998, uma operação orquestrada por um agente infiltrado, culminou com a prisão de mais de 40 policiais corruptos em Cleveland. No entanto, dificilmente se escuta falar das operações secretas - a própria natureza do serviço exige que os agentes infiltrados usem nomes falsos, não se deixem fotografar e escondam a própria existência dos olhares do público.



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