Kefir - o tesouro pouco explorado
(Pedro Henrique Baptista de Oliveira)
Desde Hipócrates em: “faça de sua alimentação, o seu medicamento” até os dias atuais, busca-se o elixir da longevidade, através de produtos, quer sejam alimentos ou medicamentos que ao menos prolonguem a vida e evitem as doenças.
Merece destaque nesse caso o kefir, tesouro probiótico. Derivado da palavra turca keif (bom sentimento), o kefir é uma bebida secular originária das montanhas do Cáucaso. Segundo os moradores da região, ele foi um presente de Deus (Alá), guardado “a sete chaves” como tesouro pelas tribos das montanhas, único local no mundo onde os homens chegam à idade de 110 anos com saúde. Em 1900, os irmãos Blandovs lançaram mão de uma “isca” para obter os grãos de kefir: uma jovem Irina Sakharova, usada para seduzir um príncipe Caucasiano e obter uma jóia probiótica enfeitada.
Esses grãos que compunham a jóia formam, em seu interior uma matriz (bio-matriz) que comporta uma série de diferentes microorganismos. Com uma composição de aproximadamente 4 % de gordura, 45% de polissacarídeos, 34% de proteína total, 12% de minerais e outros, dentro do mesmo há dezenas de espécies de lactobacilos e leveduras associados simbioticamente.
Com uma consistência cremosa espessa uniforme, a bebida gerada pela fermentação do leite pelos microorganismos associados aos grãos possui um leve gosto ácido que refresca e um aroma moderado de levedura fresca, que se assemelha à bebidas alcoólicas muito “leves”. Associado à efervescência do gás produzido, é um produto lácteo sem igual e que possui cerca de 40 combinações aromáticas, podendo ser consumido fresco ou refrigerado (prazo de validade de três dias).
Segundo relatos, ao kefir (ou “aportuguesando”: quefir) estaria relatado a cura de diversas doenças, entre as quais anemia, catarro dos brônquios, diarréia, doenças do estômago, erupções cutâneas, problemas de intestino, entre outras. Verdade ou não, o fato é que essa bebida “milagrosa” está só agora (no início do século XXI) sendo mais pesquisada e explorada em importantes centros de pesquisa no Brasil, como a FEA (Unicamp) e o DTA (UFV).
Mas, por que apesar de possuir tantas propriedades ativas não está disseminada industrialmente como o iogurte, por exemplo? O grande entrave a isso é que, durante a fermentação, os grãos de kefir liberam CO2 em grande quantidade, o que estufa a embalagem, desde o processamento até o consumidor final.
Por isso, tem sido disseminado de mão em mão, por pessoas que o usam e viram seus benefícios e querem ajudar as demais. Para obter os “grãos e a bebida da saúde” gratuitamente procure na internet um fornecedor mais próximo, um amigo que lhe possa doar. Embora não seja um produto comum em países ocidentais, têm ganhado notória percepção e valor, por suas características peculiares, de recomposição da flora intestinal, com conseqüente aumento e melhora de absorção dos demais nutrientes, o que, por conseguinte, melhora sua saúde.
Certamente que o quefir estaria na lista dos alimentos preferidos de Hipócrates...
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