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Phieldwork in Philosophy: a trajetória e o conceito de habitus
(Pierre Bourdieu)

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O presente texto consiste em uma entrevista na qual Pierre Bourdieu relata sa trajetória enquanto sociólogo voltado ao estudo das questões relativas às razões práticas da ação social. Simultaneamente, busca demonstrar como sua obra se propõe realizar um "Phieldwork in Philosophy" (segundo a terminologia de Austin), ou seja, tornar explicitáveis as maneiras como seus conceitos teóricos funcionam na instância empírica. A referida entrevista aborda um número significativo de temas, expressos em perguntas dirigidas pelo interlocutor a Bourdieu. Com vistas a sistematizar e resumir as principais contribuições desse capítulo para o entendimento da obra desse importante autor, optei por agrupar as considerações mais relevantes em quatro blocos temáticos: a) Breve retrospectiva: o início do trajeto; b) A gênese e a operacionalização do conceito de habitus; c) "Estruturalismo Genético", habitus e liberdade (?); d) Sobre a Pesquisa em Sociologia. a) Breve retrospectiva: o início do trajeto A sociologia na França nos anos de 1960 é o marco a partir do qual Bourdieu começa a traçar uma perspectiva panorâmica do início de sua trajetória. A esse respeito afirma que: "Na época existia uma sociologia empírica medíocre, sem inspiração teórica nem empírica (p. 17)". Dentro desse cenário, a partir e meados dos anos de 1960 teríamos: "(...) o momento em que se exerceu com toda força o que chamo de "efeito-logia", em referência a todos os títulos que usam essa desinência (...)exemplo visível do esforço dos filósofos para embaralhar a fronteira entre a ciência e a filosofia (p. 18)". Nesse período destaca-se a sua incursão como pesquisador aos campos da etnologia e da antropologia, feita em permanente diálogo com a filosofia e a sociologia[1]. Como resultado deste percurso temos a criação de uma das principais categorias de análise da obra de Bourdieu, o conceito de Mundo Social: "Espaço de relações objetivas transcendente às relações entre os agentes e irredutível às interações entre os indivíduos (p. 20)". Nesse sentido, pode-se dizer que o autor estaria firmando suas bases teóricas e marcando sua posição enquanto pesquisador, devendo ser ressaltado o fato de que, segundo ele, o pertencimento a um grupo profissional sempre exerceria um efeito de censura que tenderia a silenciar questões relativas à própria prática profissional, vindo a se tornar um limite para os pesquisadores que não buscassem objetivar essas questões de modo a romper com elas e assim, tornar possível uma visão mais clara dos objetos de conhecimento em sua relação com os outros elementos do real. a) A gênese e a operacionalização do conceito de habitus: Ao que parece, o conceito de habitus teria surgido a partir de um questionamento realizado por Bourdieu a respeito dos limites do estruturalismo, o qual tenderia a eliminar a influência das ações dos agentes sobre as estruturas. Partindo desse questionamento, o autor afirma que: "(...)queria reintroduzir de algum modo os agentes que Lévi-Strauss e os estruturalistas tenderam a abolir (p. 21)". Com vistas a restituir aos agentes a devidas importância na constituição das estruturas do mundo social, Bourdieu recorre: "(...) à noção de habitus, um velho conceito aristotélico-tomista que repensei completamente como uma maneira de escapar dessa alternativa do estruturalismo sem sujeito e da filosofia do sujeito (p. 22)". Sobre a natureza e o mecanismo operatório do habitus, indica que: "o ajustamento à posição, das estratégias (...)produto da incorporação da necessidade objetiva, o habitus produz estratégias que embora não sejam produto de uma aspiração consciente (...) mostram-se objetivamente ajustadas à situação (p. 23)". O habitus para Bourdieu teria uma relação direta com o mundo social, na qual se produziria: "(...) uma autêntica cumplicidade ontológica com o mundo social, origem de um conhecimento sem consciência, de uma intencionalidade sem intenção e de um domínio das regularidades do mundo que permite antecipar seu futuro (p. 24)". Desse modo, entendendo o habitus como um princípio gerados das disposições relativas ao mundo social, o agente social seria definido como: "(...) operador prática da construção de objetos (p. 26)". Estaria assim estabelecida a relação (pela via do habitus) entre os indivíduos e as estruturas, base de uma sociologia relacional (tal como dito em Razões Práticas: "no real tudo é relacional") , que marca a obra de Pierre Bourdieu. [1] O que aliás demonstra a influência do pensamento de Gaston Bachelard sobre a obra de Bordieu, no sentido de buscar realizar um "casamento do par conjugado": empirismo-racionalismo, expresso numa filosofia dialogada cujas bases se estabelecem na relação entre a teoria e empiria.



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