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A ORDEM DOMINICANA
(ROBERTO RIBEIRO DE CASTRO)

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A Ordem dominicana
Já tendo recebido autorização prévia do papa Inocêncio III para a escolha de uma regra, São Domingos e seus companheiros tiveram a aprovação final-.... “confirmamus Ordinem tuum”- para a criação da ordem dos pregadores, a qual foi solenemente aprovada em 22 de Dezembro de 1216.
A regra adotada foi a de Santo Agostinho complementada pelo Consuetudines que, por sua vez , determinava o caráter ascético da nova ordem e alguns aspectos da vida canônica de seus membros. Quanto à autorização constou de duas cartas. A primeira oficializando a existência canônica da ordem e a segunda estabelecendo sua missão como Ordem dos Pregadores, voltados a expor e defender as verdades da fé cristã: “Nos attendentes frates Ordinis tui futuros pugiles fidei et vera mundi lumina...” .
São Domingos ciente da necessidade de uma boa formação intelectual, incluindo retórica e lógica além da teologia, para bem cumprir a pregação missionária, providenciou para que fossem dadas as condições de estudos àqueles que ingressavam na ordem.
A escola dominicana, no entanto, distinguiu-se de sua congênere mendicante, a Ordem dos Frades Menores ou franciscanos, em dois aspectos resultantes de decisões tomadas dentro e fora da ordem dos pregadores.
A primeira, de foro interno, foi tomada em sete reuniões gerais da ordem, chamadas de capítulos gerais, realizadas entre 1278 e 1315. Nelas, sucessivamente, decidiu-se declarar São Tomás Aquino Doutor Oficial da ordem dominicana.
Aqui, a primeira distinção em relação aos franciscanos: a ordem dos frades menores jamais escolheu alguém como seu pensador oficial. Aquela decisão afastou os dominicanos do desenvolvimento de idéias filosóficas, mesmo no campo da filosofia natural onde o endosso da doutrina tomista- ou seja, de São.Tomás de Aquino- aos princípios de Aristóteles implicava que, em diversos assuntos correlatos, o grego já tinha dado “a palavra final”.
A outra decisão, esta externa à ordem, foi decisão do papa Gregório IX, acima citada, incumbindo-os da tarefa de supervisionar as atividades da recém criada Inquisição.
A determinação papal resultou na designação pela ordem de seus mais talentosos membros para tal propósito, ao mesmo tempo em que os aproximou do mundo leigo, o qual passou a fazer doações de terras e bens aos frades pregadores, resultando em que no final do séc.XIII a ordem dominicana atraísse alguns membros mais por seu poder do que pelos seus propósitos originais.
Porém, e antes disso, os dominicanos foram movidos pela necessidade de instalarem locais de treinamento espiritual de seus novos membros à qual aliou-se outra necessidade, a de afirmar a presença da Igreja nas universidades, instituições que estavam sendo formadas na Europa Ocidental desde o século passado. Esta combinação de circunstancias fez com que surgissem na ordem dos pregadores figuras de prestígio no meio universitário, como Alberto Magno e seu discípulo , Tomás de Aquino.
Como resultado da concentração de atividades no ensino e na pregação, que logo alcançou o Norte da Europa e África e ultrapassou as fronteiras da cristandade da época, não os impediu de atuarem intelectualmente e com igual diligencia em diversas áreas de conhecimento. A“Catholic Encyclopedia”enumera 10 delas no verbete “Order of the Preachers” desde as teológicas, – como a tradução da Bíblia a partir do Hebreu até o “Specula”- Naturale, doctrinale, historiale- tida como a maior enciclopédia da Idade Média. No entanto, nas áreas que mais interessam ao nosso tema, a filosofia natural e a teologia e, excetuando-se as obras de Alberto Magno e de São Tomás de Aquino as produzidas a partir daí, não tiveram relevância no destino da ordem e das sociedades cristãs.
No campo da filosofia geral houve de relevante apenas a contribuição de Robert of Kilwardby, de linha doutrinária agostiniana, de uma obra “De ortu et divisione philosophie” considerada a mais importante de introdução à Filosofia. Na área teológica foram compostos manuais de teologia, ou summae, para penitencias usadas pelos confessores. Compêndios mais extensos como a Summa de bono de Ulrich of Strasburg, também aluno de Alberto Magno, e considerada como referencia para a historia do pensamento do séc. XIII até hoje não foram editadas.
De fato, outros muitos tratados filosóficos que foram escritos pelos dominicanos no final do século XIII e começo do seguinte visaram, em sua maioria, defender pontos específicos em que a doutrina tomista vinha sendo contestada. No que se refere à teologia, da mesma forma, a “Summa” de São Tomás de Aquino é ainda a obra prima da produção intelectual dominicana.Tal fato demonstra coerência com o que já havia sido determinado nos capítulos gerais da ordem realizados no mesmo período.
Adicionalmente, outro fator que os afastou da filosofia natural foi que os tomistas ignoravam a matemática.
Assim sendo, a ordem franciscana não tendo dogmas doutrinário/filosóficos a seguir e não havendo se envolvido com a Inquisição fora da Itália deu inicio em Paris com São Boaventura (1231-1274), franciscano contemporâneo de São Tomás, à sua produção filosófico- teológica com base no pensamento neoplatônico-agostiniano valendo-se de Aristóteles de forma secundária.



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