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O fim da Pedagogia
(José Luiz de Paiva Bello)

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O fim da Pedagogia
Ou a Pedagogia se perdeu da educação, ou a educação se perdeu da Pedagogia. Vejamos: apesar de existir a formação do Administrador Escolar no curso de Pedagogia, a administração das escolas vem sendo efetivada pelas mais variadas formações de profissionais; apesar de existir a formação pedagógica em Orientação Educacional cada vez mais, e mais, a competência relacionada a esta área nas escolas vem sendo cumprida por psicólogos, professores sem habilitação e, recentemente, pelos Psicopedagogos, que não são necessariamente graduados ou em psicologia ou em pedagogia, ou em nenhum dos dois. A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (Lei 9394/96) criou (propositadamente?) uma grande confusão em relação ao curso de Pedagogia. Ao determinar o fim do Curso Normal (um imenso absurdo, uma decisão inconseqüente em se tratando do país em que vivemos), já que a nova legislação obriga a formação do professor em nível Superior para atuar na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, descaracteriza, por conseqüência, a habilitação em Magistério para o Ensino Médio (mesmo assim alguns cursos de Pedagogia continuam formando profissionais para esta habilitação [!?]). O curso de Pedagogia, então, ficou restrito a formação em Administração Escolar (que não é exercido necessariamente por pedagogos), em Supervisão Escolar (que há muito tempo é exercido por professores de diversas disciplinas), em Orientação Escolar (que vem sendo exercida por psicólogos e "psicopedagogos", quando existe nas escolas) e agora (o curso de Pedagogia contra-ataca!!!) inventaram a Pedagogia Empresarial para atuar na área de treinamento e recursos humanos, tentando conquistar um espaço de trabalho e comprando uma briga com os psicólogos. Com isso o curso de Pedagogia foi descaracterizado e criado o Curso Normal Superior, limitando-se a formação de professores para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental, como se a ciência da educação estivesse restrita à atuação em sala de aula como professor. Fico pensando: será que isto tudo é resultado de uma intenção perversa e sutil de descaracterizar a "educação como prática da liberdade", como uma mola propulsora de uma sociedade livre e justa, ou será apenas fruto da mais absoluta ignorância dos nossos planejadores da educação? Será que, o que estamos assistindo, não é uma sutil hegemonia ideológica daqueles que acreditam na educação como "aparelho ideológico de Estado", procurando manter os trâmites pedagógicos nos limites da farsa? Sinceramente? Às vezes eu me canso. Tenho vontade de desistir. Tenho a impressão de que toda literatura que denuncia a prática da educação como manutenção do "status quo" nunca tenha existido; tenho a impressão de que autores como Dewey, Montessori, Freinet, Piaget, Snyders, Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, entre tantos outros, jamais tenham existido e são frutos da minha loucura galopante, de minha fértil e doentia imaginação. Professora Adriana(**), se você está me lendo, ajude-me. Convença-me de que existe uma saída. Permita com que eu acredite que seja mesmo possível de que os Pedagogos do mundo possam realmente se unir. Dê-me esperança de que a chama que se apaga possa ser recuperada. Alente-me a alma de que o espaço da escola, em todos os níveis, possa vir a ser um espaço de alegria e felicidade, que nossos estudantes possam terminar um período letivo sem lágrimas e tristezas. Faça-me acreditar que o entusiasmo pelo saber, pela alegria do desenvolvimento do conhecimento, ainda é possível.



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