Resumo de Um enfoque ergonômico para as posturas de trabalho

Um enfoque ergonômico para as posturas de trabalho

Inúmeros estudos vêm relacionando o aparecimento de problemas osteomusculares nos trabalhadores, em razão da adoção de determinadas posturas e movimentos na realização de suas atividades laborais. Segundo a Academia Americana de Ortopedia, postura seria um arranjo relativo das partes do corpo. A boa postura é o equilíbrio entre suas estruturas de suporte, os músculos e os ossos. A má postura é a falta de relacionamento das várias partes corporais, a qual induz a um aumento de agressão ás estruturas de suporte, que resulta ao desiquilíbrio corporal.

A postura é a posição que o corpo assume na preparação do próximo movimento. Este conceito deve ser aplicado a um determinado momento corporal e para uma determinada circunstância ou atividade como: postura para andar, postura para datilografar, postura para trabalhar, postura para levantar peso e outros. É enfatizado que a relação da postura com a atividade motora através da abordagem de PAILLARD, citado por DURAFFOURG, GUERIN, JANKOWSKY, MASCOT em 1977, que a postura constitui uma imobilização das peças do esqueleto em uma organização espacial dos segmentos coporais que compõe no corpo uma atitude de conjunto. A partir desta abordagem de PAILLARD, e seguindo seu raciocínio, determinou-se que as posturas de trabalho devem ser analisadas sob dois aspectos indissociáveis: a observação da postura propriamente dita e os encadeamentos posturais.
Uma outra questão colocada por PAILLARD é que a postura ou atitude do conjunto corporal exprime a maneira pela qual o organismo enfrenta estímulos do mundo exterior e se prepara para reagir. Em relação ao trabalho, WISNER 1987, concorda com PAILLARD e afirma que a realização da tarefa no local de trabalho estabelece um compromisso entre a adoção de uma postura e as exigências das tarefas a serem cumpridas, e esta ação pode proporcionar efeitos negativos no cumprimento da tarefa ou na postura corporal do trabalhador.

Segundo WISNER (1987), a atividade motora são os vários movimentos, pequenos ou amplos que promovem um rearranjo dos segmentos corporais e distingue a atividade motora no trabalho nas seguintes categorias:
- Gestos de observação: são as atividades motoras usadas para captar sinais, informações. Ex: movimentos de cabeça e olhos para captar informações visuais de mostradores num painel ou em um documento a ser transcrito.
- Gestos de ação: são os modos operatórios utilizados pelo trabalhador no desempenho da atividade. Ex:acionar alavanca de comando.

- Gestos de comunicação: são as linguagens de comunicação gestual, necessária muitas vezes para continuidade do processo de produção. Ex: uma pessoa que sustenta uma escada; um operador em situação de trabalho; as variações da atividade motora do operador e gestos de comunicação, pois informam as dificuldades e o progresso do trabalho.

Os fatores relativos às tarefa que influenciam a adoção de posturas variam quanto: a natureza da tarefa, a atividade física exercida e quanto a atividade mental (raciocínio). Os fatores físicos ambientais compreendem intensidade, qualidade visual, ruído, temperatura e ventilação, entre outros. Os fatores físicos materiais compreendem a disposição, o dimensionamento físico dos equipamentos, as fontes de informação e materiais em relação a localização do trabalhador em seu posto de trabalho. E os fatores temporais compreendem o tempo para execução da tarefa ao longo da jornada de trabalho ou seja a distribuição dos períodos de trabalho e pausas, a freqüência ou duração para a realização da tarefa e velocidade de execução ou ritmo.
Para Thaís, através da ergonomia é possível encontrar trabalhadores com posturas inadequadas e é essencial verificar as causas destas posturas. Para isto, o fundamental é analisar a tarefa nos seus vários aspectos e melhorar a relação homem-máquina ou na relação do homem com dispositivos, materiais e posto de trabalho.

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