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Filmologia - Cinema
(Deleuze)

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Deleuze – Distinção: Imagens em movimento – muito ligadas ao mero registo da realidade do cinematógrafo Imagens-movimento – conscientes de poder animar, inclusive, o inerte - cinema A distinção de Deleuze torna consciente a ideia de que o cinema se pode autonomizar da representação mediante a construção de algo específico que trabalha o tempo e o movimento. O tempo – durée – não tem, no cinema, uma dimensão concreta, é simplesmente aquilo que as coisas duram. A concepção própria do movimento define a concepção própria de cada cineasta. O cineasta conhece o todo, ao passo que o espectador assiste ao filme pela primeira vez, sem ter consciência, que o cineasta necessariamente é obrigado a ter, de que o filme é construído aos pedaços. A continuidade dos planos, filmados em pedaços, não é apenas técnica, conta com a intervenção directa do cineasta, o que lhe imprime um cariz emocional, intelectual e perceptivo. O cineasta pensa o cinema em termos de entidades conceptuais e significantes, que transcendem a dimensão material e factual das imagens – analogia dos filmes como categorias para o cinema, da mesma forma que as palavras constituem categorias para a linguagem. Haverá tanto mais cinema num filme quanto menos técnica houver. Há uma relação intrínseca e indissociável entre a racionalidade técnica e a razão imagética, e será isso precisamente que dará origem ao estilo que caracteriza e diferencia cada cineasta, esse intervalo nuca preenchido entre técnica e imaginário. ( o plateau é o lugar de assassínio do imaginário, pois é lá que se concentra toda a técnica. O imaginário é constantemente, e inevitavelmente, agredido pela racionalidade técnica). O cinema é a criação de um movimento sobre outro movimento, é a construção de um equilíbrio entre técnicas, que dá origem ao estilo. O estilo tem a ver com uma certa concepção do movimento, pelo cineasta, que atravessa o filme e que distingue e caracteriza o próprio cineasta. A obra fala por si – o que está inscrito nela é o estilo do cineasta, que o substitui aquando da sua visualização. O estilo é a forma do cinema olhar as coisas, é o operador de ligação entre técnica e imaginário. “Esculpir é descobrir a estátua que já está na pedra” – Miguel Ângelo O cinema da imagem-movimento comanda a realidade, não é comandado por ela. A imagem-movimento não existe, é relativa e dinâmica, pensa sistematicamente o particular (e assim distingue-se da imagem fotográfica). Por isso, convoca insistentemente outras imagens, uma vez que nunca se esgota em si mesma. A imagem de uma filme não passa de um fragmneto da realidade, é sinal da dimensão aberta do cinema. O bom cinema quanto mais mostra as imagens mais depressa leva ao seu esquecimento para mostrar outras. Contém em si a possibilidade de construir uma totalidade a partir de um todo já feito. A unidade que opera a mediação entre a parte e o todo é o plano. O plano é um conceito bastante rico, uma vez que não tem uma dimensão física, apenas bocados de vida contidos no seu interior. É dotado de vontade própria, não permitindo que façamos dele o que queremos. Por isso, a montagem procurará construir algo que já está construído ( alusão à frase de Miguel Ângelo), que possui dentro de si as regras inerentes á sua construção. Nas palavras de Deleuze, o plano é um ventilador, ou lugar de ventilação, pois participa na construção da imagem-movimento. É o lugar de actualização dos conceitos, permite planificar e desenhar. O plano afecta a totalidade visto que, enquanto elemento de planificação, age a um nível espacial, e enquanto elemento de força afecta o tempo. É através do plano que o cinema irá procurar dominar a realidade, determinando a forma como o cinema pensa as coisas e se pensa a si próprio. O plano é uma instância que permite organizar um sistema de produção cinematográfica, mas não é uma consciência do cinema. Do ponto de vista teórico, o plano é uma entidade pouco exacta – mediação entre a concepção do cinema e a técnica (prática). Na imagem-movimento o tempo comanda o cinema (diferente da TV, na qual é o ritmo). Deleuze elabora uma classificação do cinema, tentando classificar o plano enquanto qualidade – ver nas imagens a sua planificação. Conceber o cinema é conceber uma certa percepção visual, uma forma de ver o mundo, que no cinema é muito variada. Para Deleuze, o cinema nada tem a ver com a técnica. Os planos, enquanto imagens-movimento, são agrupáveis sob certos regimes que os relacionam com um determinado estado de percepção, e é isso que os distingue. A ligação entre os planos tem como intuito fazer passar a percepção de cada cineasta em relação àquilo que vê. Daí que o filme não é feito linearmente mas aos pedaços, sendo a percepção construída na montagem desses “pedaços”. A história do cinema é contada por Deleuze como a história dos seus autores, nomes que designam formas de ver o mundo, actos perceptivos próprios. A teoria do cinema aparece subordinada à teoria da percepção das imagens enquanto actos de produção. A partir das imagens é construído todo um sem fim de percepções. O cinema é, essencialmente, um acto de escolha entre imagens. A classificação de Deleuze da imagem-movimento é feita em função do regime de percepção que a revela.



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