Ensaio Sobre a Lucidez
(José Saramago)
E Saramago decidiu trazer-nos de novo a cor branca. Antes de cegueira, agora de lucidez. Uma só cor, dois significados extremos. Um antagonismo. Um conflito por resolver. Na mesma cidade onde há 4 anos a epidemia branca havia cegado todos os habitantes (com a excepção da diáfana mulher do oftalmologista), o branco torna-se a mais forte arma contra o poder estabelecido e a autoridade arrogante daqueles que, mesmo já não estando cegos, teimam em manter-se surdos.Mostrando-nos o que de mais fétido se pode encontrar na política e, quiçá na natureza humana, Saramago apresenta-nos um mundo dualista em que o bem e o mal persistem. Os personagens da "cegueira" são recuperados para a "lucidez", trazendo novas tonalidades, mas deixando-nos no mesmo estado de incerteza provocado pela inexplicabilidade da reincidente praga branca.Esta obra não surpreende os habituados ao estilo do autor, mas deixa uma marca de ambiguidade, de algo que continua escondido e que não quer ser encontrado. O branco repete-se. E a escuridão em que o leitor emerge também.
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