Tião e as abelhas
(Ronaldo mattos)
TIÃO E AS ABELHAS. Tião criava abelhas Europa trazidas pelos jesuítas pelos idos de 1939, abelhas que eram mais ou menos mansas mas que não produziam grande quantidade de mel, misturadas a africanas que eram ferozes e produziam muito mel, cridas por isso, as quais num descontrole de enxames, estes se misturaram as européias, que aumentaram a produção do mel perdendo muito da mansidão que era na proporção de 40 ferroadas da africana para 1 da Europa, mas em compensação aumentaram significativamente a produção do mel, e no inicio do novo milênio com a captura de enxames totalmente misturados, Tião tinha que tomar certos cuidados ao captura-las usando roupas especiais, macacão , máscara botas e luvas o que quase nunca era usado nos anos 50, usando-se apenas fumaça, pois as abelhas com um “estomago falso” fabricavam mel em um e se alimentavam com o outro. Quando se punha fumaça nas caixas, estas achavam que a colméia ia se incendiar e enchiam o abdômen de mel para numa fuga de surpresa terem alimento suficiente para o enxame enquanto refizessem a casa em outro lugar. Assim ficavam pesadas num canto e o apicultor podia tirar os favos de mel deixando o resto para as abelhas que retomavam as atividades em seguida, até que se misturaram as africanas se tornando muito mais perigosas exigindo o uso de equipamentos especiais. Tião começava nova criação e para obter novas colméias subia em torres de igrejas, sótãos de casas, apartamentos, barrancos, árvores, e onde alguém dissesse que havia um enxame para capturar. Encontrara 30 litros de mel numa igreja de Santo Antonio na cidade, com favos medindo 80X40 cm, o que o animou chegando a dizer para as pessoas com quem comentava a captura ser milagre de Sto. Antonio, tanto mel que lhe rendeu venda e distribuição de favos, para os amigos que o incentivavam. Certo dia, ao subir no sótão da casa paroquial da cidade onde morava, com a passagem do mesmo que era uma laje com telhado sobre o quarto do padre, telhado que se afinava para a caída da chuva, tendo as abelhas feito os favos, logo no cantinho, pela facilidade que demonstravam o que não seria tão fácil, por se tratar de lugar sólido e aparentemente espaçoso pois teve que se espremer entre a laje e o telhado, no canto, para retirar as abelhas e o mel, ao tocar a colméia, por comodidade tendo que trabalhar deitado, sentiu-se inclinado a dobrar s joelhos para se sentir mais confortável, não tendo usado fumaça tentando não agredir, as abelhas, mas ao dobrar os joelhos a perna do macacão subiu passando da bota para a perna deixando-a a descoberto apesar do elástico, e de repente ao tomar ferroadas e mais ferroadas, nas pernas olhou para baixo e descobriu que estava pretinho de abelhas principalmente nas pernas onde estas o ferroavam e liberavam o feromonio, cheiro que alertava para o perigo que corriam as abelhas e estas se amontoaram. Pensou que poderia morrer. Ali sozinho na escuridão só com a lanterna, o que iria acontecer. Pensou pra si próprio. Acho que devo descer e pedir a extremunção ao padre, ao sentir tantas dores e ver o enxame se avolumar, mas era claro que se o padre estava tão perto numa hora tão difícil, talvez derradeira e para as pessoas comuns como ele bastariam 80 ferroadas para matar um apicultor desprotegido, no meio de 40 a 80 mil abelhas dos enxames, também o padre passaria a correr perigo eminente, se tião abrisse a tampa do sótão, e descesse as escadas improvisadas, até o quarto. Então ficou ali parado batendo nas abelhas sobre as pernas, as quais as abelhas picavam ferozmente, mas lutando pela vida batendo rápido, descobriu que também rapidamente as abelhas se afastaram de volta a colméia. Desceu a perna do macacão, retirando todas as abelhas restantes cuidadosamente, amarrou mais fortemente a boca da roupa à bota, voltou, enquanto as abelhas nesse meio tempo sentindo a colméia em perigo se alimentaram de mel formando um bolo no canto para uma possível retirada estratégica, e retirou a colméia e os nove litros de mel que estas lhe proporcionaram dos favos. No outro dia o restante do enxame e de grande quantidade sem a aplicação da fumaça, que se escondera durante a noite não encontrando os favos de cria, pólen e mel, e nem o enxame colocado na caixa na noite anterior, desceram em revoada para um pé de ameixa, com a rainha que se evadira na confusão da noite, e desceram em seguida para um tinhorão no jardim se dirigindo para entrarem em um caixote que estava no canto do jardim, deixado ali para uma retirada das abelhas em uma situação de emergência ou enxameamento, em ocasião anterior. Fechou o caixote quando todas estavam dentro do mesmo, a noitinha, levou-as para o terreno onde asa criaria em lugar afastado do centro da cidade destampou a caixa com o resto da colméia e juntou todo o enxame para produção, se afastando enquanto as mesmas se ajeitavam no novo ninho.
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