Resumo de Folha de Sao Paolo -

CORRIGINDO UMA DESIGUALDADE SOCIAL A ampliação do acesso à pílula do dia seguinte é uma medida salutar que ampliará os direito de cidadania para as mulheres das camadas populares Aprovadas pelas autoridade médicas do mundo inteiro, pela Organização Mundial da Saúde e pelo Conselho federal de Medicina, as pílulas já estão disponíveis nas farmácia de todo o Brasil há vários anos, tendo sido vendido mais de 2,5 milões de cartelas em 2005, último ano para a qual há dados publicados. O custo, no entanto, impede que jovens e mulheres de baixa renda a ela possam ter acesso. Diante desse quadro, a nova política do Ministerio da Saúde poderá corrigir uma das muitas injustiça socias desse país campeão de desigualdade. Outro aspecto alentadpr da polícica recém-anunciada é que a ampliação da distribuição será acompanhada por ampla campanha educacional. Isso é muito importante, pois embora a anticoncepção de emergêcia seja amplamente conhecida pela população, é necessário alertar para o fato de que a primeira linha de defesa contra uma gravides indesejada deve ser sempre a prevenção antes ou durante o ato sexual. A pílula do dia seguinte é uma segunda opção para quem não podê prevenir ou para quem teve um acidente com o uso de preservativo. Quanto mais rapidamente as pílulas forem tomadas após a relação sexal, mais eficaz elas serão, perdendo a eficácia se tomada após cinco dias. Por esse motivo, deve estar disponível sem necessidade de receita médica. como acontece na França, na Inglaterra, nos EUA, no Chile, no México e em inúmeros outros países. Nos EUA, a American Academy of Pediatrics recomenda que esteja disponível para adolecentes sem receita médica, mas forte oposição ideológica de conservadores levou o governo a limitar a venda sem receita médica a maiores de 18 anos. Os conservadores, que se opõem à educação sexual, ao uso de camisinha, à educação do aborto e a tudo o que possa imaginar que possa aumentar a liberdade sexual, també têm feito férrea oposição à anticoncepção de emergência em vários países da America Latina, em geral com financiamento dos EUA, mas sem grande sucesso. A campanha educacional a ser realizada pelo ministério também é importante porque a anticoncepção de emergência somente evita a gravidez indesejada. Ela não impede a transmissão de infecções, inclusive do HIV. Nunca é demais enfatizar a importancia do uso de camisinha em toda e qualquer relação, dentro ou fora do casamento, se há conhecimento ou suspeita de risco de infecção. Do ponto de vista da saúde pública, o usoda anticoncepção de emergência é muito bem-vindo porque reduz o número de gestações indesejadas, diminuindo a necessidade do recurso ao aborto. É importante esclarecer a população a respeito entre a pílula do dia seguinte, que previne uma gravidez antes de seu início, e o Citotec, que interrompe uma gravidez já iniciada. A confusão entre as duas é bastante generalizada entre o público menos informado, A pílula do dia seguinte nada mais é que uma pílula anticoncepcional com dosagem mais elevada. Como tal, ela vem sendo utilizada há várias décadas. Nos anos 90, a anticoncepção de emergêcia adquiriu maior divulgação com a comercialização de produtos especificamente para uso após a relação sexual. A pricípio, algumas pessoas expressão o temor qe que a disponibilidade da anticoncepção de emergência leva ao abandono dos métodos de prevenção mais eficazes. Essa não foi a experiência nos mais de cem países que já adotaram. Embora haja uma proporção pequena de pessoas que recorrem repetidamente à anticoncepção de emergência, a maiorria passa a usar métodos mais eficazes após um susto que torna palpável o risco que estão correndo quando tem relações sexuais desprotegidas, As pesqwuisas também demonstram que não aumentam as relações sexuais entre adolecentes que tem acesso à anticoncepção de emergência, um temor muito comum sobretudo entre pais preocupados cm os possíveis riscos de uma atividade sexaul que consideram precose. Carmen Barroso (Jornal Folha de S. Paulo; dia 30/07/2007)

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