Morte e Vida Severina
(João Cabral de Melo Neto)
Foi escrito em 1955 a pedido de Maria Clara Machado para seu teatro, o tablado. O título tem todo significado social, uma vida a que a morte preside, qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados determinados pela morte, dá nome à vida de homens anônimos, que sae repetem física e espiritualmente, sem condições concretas de mudança. É um auto que explora a temática do nascimento como sino do ressurgir da esperança. Em sua fala inicial, Severino, em um monólogo, apresenta-se com seus traços biográficos. No inicio da viagem ocorre o primeiro contato com a morte, Severino encontra dois homens que carregam o corpo de um outro Severino, lavrador que levou um tiro numa emboscada com o intuito de lhe tomarem a terra. Em mais um monólogo o retirante compara sua viagem com um rosário. O segundo encontro com a morte o cantador, vai parodiando as falas que apresenta, sentido místico dos cantadores oficiais do velório. Existe também o monólogo que faz crescer a identificação entre o retirante e o rio. Severino quer como o rio Capibaribe, interromper de forma provisória seu curso. O terceiro encontro com a morte a rezadeira de defuntos deixa claro que os ofícios rentáveis são os fúnebres. O contato com o agreste, zona intermediaria, marcada pelo latifúndio canavieiro, que se estende a zona da mata, que o retirante supõe ser fértil e generosa, mas que descobre também ser miserável e desigual assim como a sua condição de vida. A sugestão dos coveiros e a intenção do salto para a fora da ponte e da vida com que o retirante questiona seu José, mestre Carpina, são colocados em relação a descoberta da miséria de uma realidade de que torna Severino objeto e não sujeito de um condição totalmente miserável de vida, sem qualquer expectativa de melhoras
Resumos Relacionados
- Morte E Vida Severina
- Morte E Vida Severina
- Morte E Vida Severina
- Morte E Vida De Severina
- Morte E Vida Severina
|
|
