Mensalão e a Corrupção
(Antônio Vasco de Oliveira Magalhães Teles)
Mensalão e a corrupção. Tudo indica que os mensaleiros serão mais constrangidos com os processos que, finalmente, vão ser instaurados. Aguardaremos mais alguns anos pela punição. Caso ela venha, deverá ser cumprida à risca. Os estudiosos dos sistemas penais afirmam que a certeza de punição é o que inibe o criminoso. Estes mesmos estudiosos dizem que, para o bandido, o mais importante é não ser punido, mesmo que a punição seja branda. O desejo do meliante é não ser reconhecido como tal. Logo, se estes corruptos e corruptores forem execrados, os que estão longe da mídia passarão a atuar com mais cautela. Novatos que tem aspirações ilícitas ficarão mais tímidos. É isso que afirmam as pesquisas feitas em países que atigiram baixos índices de corrupção. Outra observação diz respeito ao comportamento padrão dos corruptos quando são pegos. O larápio, geralmente, alega desconhecimento da infração ocorrida. Posteriormente, quando é acusado pela justiça ele nega sua culpa. Então, se a seqüência comportamental é bem conhecida fica a impressão de que nem todos os envolvidos foram pegos. Mas, mesmo se somente os quarenta ladrões forem punidos, talvez a sociedade brasileira atinja outro nível de desenvolvimento. E aí: Abra-te sésamo para os virtuosos da política. O legislativo e o executivo poderão receber àqueles brasileiros honestos que anteriormente estavam excluídos do processo político pela falta de afinidade com o ambiente. A reprodução da decisão do STF em outras instâncias, vai diminuir quantidade de agentes políticos desonestos. Com mais constrangimentos para os desonestos, os honestos têm mais liberdades. Todos ganhamos. É uma questão de proporcionalidade, pois, conforme a agência OGlobo, apenas 15% dos deputados federais que assumiram após as últimas eleições respondem a processos judiciais.Eles são a minoria. Supõe-se, então, que maioria deve ser honesta – in dubio pro reu.
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