O Pessimismo das Famílias
(Antônio Vasco de Oliveira Magalhães Teles)
O PESSIMISMO DAS FAMÍLIAS
Alguém já ouviu outro alguém, geralmente nascido na órbita do regime militar, falar o que pensa do futuro do mundo? Tenho observado que essa geração mais “conservadora” costuma ver o futuro com olhos mais pessimistas. Falam que a família não existe mais. Que nos países desenvolvidos a família deixou de ser a referência para a sociedade. Acreditam que estamos importando de lá o modelo “falido” de família. Partindo deste pressuposto e lembrando que nesses países mais desenvolvidos a educação permite que o controle de natalidade seja hábito, poderíamos incluir o cidadão Inglês ou o Norte Americano na lista de espécies em extinção. Uma sociedade que não acredita em família não constitui família, ou seja, não deseja descendência e pelo o que me consta ainda existem maternidades nestes países. Ainda há uma justificativa para que dissolvam suas famílias; como são países amplamente envolvidos em conflitos belicosos internacionais ninguém deseja enviar seus filhos para a guerra**. Besteira! O fato é que o poder financeiro permite que eles tenham uma vida mais “independente” dos valores familiares ou religiosos. Os cidadãos de países mais ricos são os que mais se declaram religiosos não praticantes. Logo podem ser também familiares não praticantes (“se o padre é chato não vou a missa, se a família me chateia convivo até me chatear”). Como apresentam altíssimo grau de instrução e de satisfação social mantém-se com pouca disposição para discutir sobre o mérito da família vizinha ser chefiada por uma mulher. Não perdem tempo se preocupando com o apartamento no qual vive um casal de moças. É perda de energia discutir o que já está estabelecido. É “chorar sobre o leite derramado”. Eles estão preocupados em manter seu nível de consumo, seu nível de conforto, seu status internacional. As famílias mudaram, mas, não deixaram de existir. O desejo de constituir família é inerente da nossa espécie. Não depende de quem sustenta a casa, de quem é ou são os homens da casa. Questões relativas ao gênero devem ser deixadas de lado quando o esforço estiver concentrado em formar e consolidar um país. Quanto mais conflitos internos, menos coesão. Por isso, é feio ter preconceito contra quem, como você, reconhece na Pátria a mãe maior. Enquanto filosofaram se iriam aceitar casamentos “não convencionais”, adoções também “não convencionais” os fatos se consumaram. Aqui no Brasil e nos outros países. Então de onde vem a idéia de que não existe mais família? Marketing! Fica claro que a propaganda é uma, mas, a realidade é outra. A imagem de famílias moderninhas não reflete a realidade da maioria dos lares norte-americanos. Mesmo Hollywood cidade produtora da propaganda do american way of life tem grande parte de sua população formada por – pasmem – famílias. Podem não residir juntos o marido e a mulher, mas qualquer entrevistado saberá dizer e reconhecer o que é família pois, todos os seres humanos dependem dessa referência para viverem em sociedade. Eles vendem imagens de situações aberrantes, porque estas situações são mais vendáveis. O comum, o tradicional está em toda parte: temos em casa. Para me entreter quero ver algo diferente. Para eles esse comércio ideológico é interessante porque além de venderem a imagem de país da liberdade eles semeiam a polêmica aqui. Eles aumentam as discórdias aqui dentro. Então o pessimismo não é fruto da dissolução da INSTITUIÇÃO família, ele brota de várias frustrações de uma geração reprimida pelo regime militar, aculturada pelos EUA e que agora percebe o trabalho que Japão, Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e outros tiveram para desenvolverem-se. A propaganda fomenta os conflitos internos que é fertilizante para o pessimismo. A patota dessa época eternamente discute questões raciais, agrárias, de gênero dentre tantas outras que surgem diariamente. Discutem. Conflitam-se. Produziram? O que? PESSIMISMO. Nunca teremos unidade de opinião! Temos que aceitar isso. Desta aceitação virá a tolerância. Acredito que perderam muita energia discutindo e “pessimisando” o futuro. Deveriam ter trabalhado para fortalecer as instituições, a cultura e o sentimento patriótico. Deveriam ter exportado, digo, expulsado o jeitinho brasileiro (que até no lançamento do CEFET Canoinhas foi citado como virtude política). Digo para a geração que viveu a ditadura: mães e pais sempre vão existir. Quanto mais educada for a sociedade mais importância dará a família. Independente de papais e mamães morarem separados ou morarem juntos e usarem vestidos. **Curiosidade quanto as guerras : O gráfico mostra que cada vez menos ocorrem conflitos entre países, porém, demonstra aumento no número de conflitos entre grupos dentro dos países. {fonte CENTER FOS SYSTEMIC PEACE} DISPONÍVEL NO ENDEREÇO: http://www.achegas.net/numero/29/martin_chahab_29.htm.
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