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É muita responsabilidade. SUPERNANNY
(Antônio Vasco de Oliveira Magalhães Teles)

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É muita responsabilidade, Pai. Com a urbanização mais pessoas foram morar nas cidades. Ou, se não foram, passaram a se comportar como se fossem moradores de centros urbanos. Desejam as mesmas coisas que os moradores da capital, sonham com os mesmos bens de consumo. Desejam o isolamento do apê opondo-se a casa com quartos para toda a família. O que, de fato, ocorreu foi uma urbanização dos costumes. O isolamento aumentou e os núcleos familiares diminuíram. Quando a 20 ou 30 anos atrás viviam em um mesmo lar: avós, pais, mães, tios e mais uma dezena de irmãos hoje vivem apenas os pais e a criança. Subitamente a responsabilidade pela formação do caráter recaiu apenas sobre os ombros de dois indivíduos: Mãe e, às vezes, pai. Ninguém aprende na escola como se deve criar filho, aprende-se na prática. Com a experiência e com a prática. Contudo, fica difícil inovar, educar e contrariar uma criança quando a responsabilidade por todo e qualquer erro é exclusivamente de papai e mamãe. Estes preferem deixar rédeas mais soltas a ouvirem um choro ou uma birra mais forte. Para agravar a situação o individualismo impele pais e mães – agora urbanos - a não aceitarem interferências de vovós e titias menos urbanizadas. Os pais desejam toda a imensa responsabilidade para si. Querem ter o direito e a arrogância de errarem sozinhos. O mais triste não é ver vovós ofendidas e tolhidas do direito de convierem com seus netos, o triste é verificar o produto deste isolamento dos pais. Crianças mal educadas, birrentas, que não sabem ser frustradas e que não sabem CONVIVER com as diferenças entre pessoas e suas personalidades. É aí que se verifica o quanto a sociedade de consumo infla os egos a tal ponto que não conseguem conviver 3 ou 4 egos inflados em uma mesma casa. Falta espaço físico e psíquico. O conforto da rotina não permite que vovós idosas e titias menos instruídas dêem seus pitacos. A rotina baseia-se na necessidade de estar sempre certo e decidido; nunca errado e indeciso. Isto faz com que as falhas mais toscas sejam aceitas como acertos brilhantes. É errar, mas errar com “categoria”. Em outras épocas, a necessidade que obrigava as famílias a viverem mais juntas fazia com que todos aprendessem a ceder. Conforme percebiam a maior experiência do familiar ou pelo simples respeito hierárquico os pais se obrigavam a ouvir opiniões. Os egos eram menores logo eram mais facilmente administrados. A responsabilidades por erros e acertos eram divididas. Era mais fácil assumir os erros sabendo que se teria ajuda para repará-los. Hoje ninguém pode ceder, ninguém pode errar. A velocidade de renovação da tecnologia e o mito de infalibilidade dela refletem-se na renovação de tendências de comportamento. O que foi bom e funcional ontem para os avós, hoje, não deve mais funcionar. Antes das patologias: síndrome do pânico, depressão, compulsão obsessiva e de todas estas doenças da moda existia FAMÍLIA (maiúscula mesmo!). As famílias eram maiores. Os psicólogos eram irmãos e irmãs, tios e tias – pessoas que na intensa rotina das relações não davam espaço para estes distúrbios. Talvez eles fossem tão perturbadores quanto as doenças, mas, pelo menos, eram da família. A doença é uma intrusa. Como são as drogas e a violência. Estas últimas freqüentemente são as famílias substitutas para as crianças que viveram de forma mais intensa os “acertos” e, principalmente, os erros dos pais que se isolaram. Contudo há um lado interessante neste isolamento dos pais. São os reality shows estilo super babá. Eles mostram que sempre vão existir famílias e que sempre existirão aqueles que desejam preservá-la. Este produto televisivo mostra uma vovó que tem toda experiência e liberdade para interferir na rotina da casa e na educação da criança. Mas o que ela mais faz e o faz melhor é educar os pais... . É neles que ela percebe as maiores falhas.



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